Durante a sessão, parlamentares demonstraram preocupação com a onda de violência nas escolas / Fabrício Cunha

O mais recente ataque a uma creche que deixou quatro crianças mortas e outras quatro feridas, em Blumenau (SC), na última quarta-feira (5), sensibilizou vereadores na manhã desta segunda-feira (10), na Câmara Municipal de São Luís. Vários parlamentares se solidarizaram com as famílias e pediram mais políticas públicas que reduzam a violência nas escolas.

Primeiro a se manifestar, o vereador Gutemberg Araújo (PSC) lamentou o episódio e citou casos de ameaças que também ocorreram na capital maranhense na semana passada. Segundo o parlamentar, a situação vem causando pânico na sociedade.

“A ameaça dos massacres escolares tem levado pânico para a cidade de São Luís, quando a gente verifica que, na semana passada, três unidades de ensino, duas privadas e uma pública, suspenderam suas aulas por ameaça de massacre nas escolas”, disse.

Em seu pronunciamento, o Dr. Gutemberg pediu a união de todos para buscar uma solução visando minimizar ou evitar esse tipo de ação nefasta que vem acontecendo em todo o país. Além disso, o vereador levou ao plenário da Casa dados que afetam outro país: os Estados Unidos, que sofrem com a mesma problemática.

“Hoje vejo que [São José de] Ribamar também suspendeu as aulas na rede municipal com as mesmas suspeitas. Então, entendo que isso é de uma gravidade tão grande, que precisamos juntar nossas forças para buscar um norte visando minimizar ou evitar esse tipo de ação nefasta que vem acontecendo em todo o país que teve como modelo negativo, o que aconteceu em Blumenau, quando foi invadida uma creche que culminou com a morte de quatro crianças”, afirmou.

“Quando a gente faz uma avaliação, parece com atos que ocorrem nos Estados Unidos, que tem empregado quantias bilionárias para tentar conter ou minimizar esses ataques e massacres escolares. Ano passado, por exemplo, foram US$ 3,1 bilhões – equivalentes a R$ 15 milhões – para o sistema de violência e de proteção. O país já sofreu 377 massacres, sendo 47 ataques só em 2022”, completou.

Ao encerrar o discurso, Dr. Gutemberg destacou que não há evidências científicas de que todo aparato militar, por preços estratosféricos, possa impedir os massacres nas escolas, mas lembrou de que são medidas positivas, pois são ações emergenciais que dão segurança aos pais e aos estudantes.

“O que a gente pode concluir diante de tudo isso? É que não há evidências científicas de que todo esse aparato militar nos Estados Unidos, por preços estratosféricos e que vem sendo adotado também no Brasil, possa impedir os massacres nas escolas. A gente entende que são medidas positivas porque são medidas emergenciais que precisam dar segurança aos pais e aos estudantes”, concluiu.

Pais estão sem paz

Em seu discurso, o Dr. Gutemberg lembrou que muitos responsáveis por alunos não têm mais paz em mandar seus filhos para as escolas. Ele pediu a união de todos os vereadores para buscar soluções no âmbito da capital maranhense.

“Fica o alerta e essas reflexões. O que eu peço é que todos os vereadores se juntem a essa causa, pois todos nós, sobretudo, aqueles que têm filhos nas escolas, hoje não têm mais paz para mandar seus filhos para as unidades de ensino”, destacou.

Bullying como causa

Após o pronunciamento, muitos vereadores se manifestaram para tratar do assunto. Na opinião de Marcelo Poeta (PCdoB), a discussão precisa ser muito mais ampliada e apontou o bullying como possíveis causas para o problema.

“É necessário que seja feito um estudo sobre o tema, mas o que a gente percebe é que a grande maioria dos casos tem origem no bullying, homofobia, racismo e intolerância. É isso que temos que combater”, frisou.

Suspensão sem solução

Marcial Lima (Podemos) demonstrou preocupação com a possível suspensão das aulas sem que venha ocorrer medidas para solucionar o problema. “O que não pode acontecer é as autoridades de ensino suspender as aulas e não tomar medidas para o problema”, informou.

Durante o debate, Antônio Garcez (Agir) levou ao plenário o caso de um professor que foi transferido de uma determinada escola por ameaça de um pai de aluno. O caso, segundo o parlamentar, foi revelado durante uma audiência com o próprio docente na Secretaria Municipal de Educação (Semed). “O caso é sério e precisa ser debatido”, pontuou.

Combate ao bullying

Por fim, Nato Júnior (PDT) se manifestou sobre o tema, apontando algumas medidas aprovadas pela Casa. Uma delas, segundo ele, é uma lei de autoria do ex-vereador Nato – seu pai – que determina o combate ao bullying nas escolas. “Infelizmente até hoje essa regra não vem sendo cumprida na capital maranhense”, alertou.

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