SÃO LUÍS, 23 de janeiro de 2024 – A recente tragédia que vitimou o motorista Francisco Vale Silva se tornou mais um doloroso capítulo na história de uma região que chega a registrar mais de 500 assaltos a ônibus por anos, conforme dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA).
Morto por três indivíduos suspeitos do crime – um deles chegou a confessar a ação criminosa –, o motorista foi assassinado a tiros durante um assalto a um coletivo na noite dessa segunda-feira (22), na Avenida dos Franceses, em São Luís. O caso chocou o estado e reforça ainda mais a importância de falar sobre a insegurança nos coletivos que afeta rodoviários e usuários.
Se não tivesse sido negligenciada pelos órgãos responsáveis pelo sistema de transporte na Grande São Luís, essa situação poderia ser evitada. Em busca de uma solução, no dia 30 de junho do ano passado, o promotor de justiça Joaquim Ribeiro de Souza Júnior, da Promotoria Distrital da Cidadania – polo Cidade Operária, expediu recomendação para que medidas de vigilância fossem tomadas visando garantir a segurança dos usuários, especialmente das mulheres, nas frotas de ônibus do transporte coletivo da capital maranhense.
Na época, segundo informações do portal O Informante, a recomendação foi encaminhada ao prefeito Eduardo Braide, ao secretário municipal de Trânsito e Transportes de São Luís, Diego Rodrigues, e a todas as empresas de transporte público que operam na cidade. Dentre as medidas sugeridas, estavam a ampliação da cobertura de câmeras nos ônibus, conectando-as ao sistema de monitoramento da Polícia Militar do Maranhão (PMMA).
Além disso, o documento também sugeria a alocação de pessoal em cada ônibus para realizar a vigilância e efetuar a prisão de possíveis assaltantes; campanha de combate a todas as formas de importunação sexual nos ônibus, incluindo a fixação de cartazes nos coletivos e propagandas nos veículos de comunicação.
Em agosto do mesmo ano, o vereador Álvaro Pires (PSDB) também proposta parecida na Câmara Municipal de São Luís, para que o novo Sistema de Bilhetagem Automática – SBA do transporte coletivo da capital fosse integrado de forma online com o Centro Integrado de Operações de Segurança – CIOPS, da Secretaria de Segurança do Maranhão.
A sugestão foi vista com bons olhos pelo secretário de Estado de Segurança Pública, Maurício Ribeiro, e pelo secretário Municipal de Trânsito e Transporte, Diego Rodrigues, mas nunca foi efetivada.
Quase sete meses depois, vem a informação que o ônibus coletivo que era dirigido pelo rodoviário, até tinha câmera de segurança instalada, mas o equipamento não funcionava, conforme revelou o jornalista Gilberto Léda.
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