O deputado estadual Arnaldo Melo (PP) deflagrou ontem um movimento que poderá se tornar a grande pauta da Assembleia Legislativa nos próximos quatro anos. Num discurso contundente, ele lançou a proposta de formação de uma frente parlamentar contra a pobreza no Maranhão.
Com a experiência de uma dezena de mandatos, tempo em que pôde observar e analisar todos os aspectos dessa questão, o tarimbado parlamentar fez a seguinte e incômoda pergunta: Por que o Maranhão, com o potencial que tem, continua um estado pobre? E convocou seus colegas – a maioria deputados de primeiro mandato – a se juntarem a ele numa frente para discutir o tema, investigar as causas da pobreza no estado, em busca de respostas e, por via de desdobramento, de soluções.
Na sua fala, que chamou a atenção pela agudeza e profundidade com que tratou do tema, Arnaldo Melo colocou a questão nos seguintes termos: “Todos os governos que passaram deram, de alguma maneira, sua contribuição para se superar essa mazela. No entanto, continuamos na mesma situação. Por que não conseguimos sair desse cipoal?”
A pobreza é, de fato, a grande mazela do Maranhão, que tem 308 mil quilômetros quadrados e uma população de 7,5 milhões de habitantes, a grande maioria vivendo em situação de pobreza. Todos os indicadores usados no País para medir o padrão de vida dos brasileiros o apontam como o estado mais pobre da Federação. Qualquer avaliação certamente concluirá que o estado está avançando, mas esse avanço é neutralizado com o crescimento da população.
O estado nunca experimentou um processo de crescimento contínuo, limitando-se a bolhas eventuais, como a entrada da Alumar, a implantação do Centro Espacial de Alcântara, a viabilização da Suzano, o “boom” da soja, a descoberta dos Lençóis, a valorização universal de São Luís, a exploração do gás e produção de energia eólica e o complexo portuário do Itaqui, entre vários outros, que são itens geradores de riqueza, que ainda não alcança a grande massa da população.
O desafio rascunhado pelo deputado Arnaldo Melo começou a produzir efeitos ontem mesmo, como ficou demonstrado nos três apartes que recebeu. O deputado Yglésio Moises (PSB), que é médico, disse que a pobreza é o resultado da “falta de visão estratégica dos nossos governantes”.
O deputado Carlos Lula (PSB), que é advogado, observou que o Maranhão ainda é “um estado rural”. O deputado Eric Costa (PSD), que advogado, destacou a relevância do tema. E o deputado Ricardo Arruda (MDB), que é engenheiro civil, foi mais longe, dizendo que “o enfretamento dessa problemática se tornará um legado dessa atual legislatura”.
“Liderados por vossa excelência, nosso decano, não tenho dúvidas que chegaremos a um diagnóstico preciso das causas que fazem o Maranhão ostentar o título de um dos estados mais pobres do Brasil”, completou o emedebista. (Com informações do blog do Repórter Tempo)
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