O ex-governador e pré-candidato ao Senado, Flávio Dino (PSB), protagonizou neste último fim de semana, na cidade de São Domingos do Azeitão, uma cena patética, digna dos piores shows de horrores da política.
O comunasocialista, em agenda de pré-campanha, tratou do tema traição, tentando imputar a ex-aliados este tipo de pecha e passar ao público um cenário no qual ele foi, algum dia, enganado.
Como é de costume, talvez por falta de coragem, Dino não citou nomes.
Ocorre que Flávio Dino falar de traição é uma piada mais do que sem graça.
O ex-governador traiu, em primeiro lugar e mais importante, o povo do Maranhão, ao não cumprir promessas feitas desde 2015, quando assumiu o Governo.
O Estado continua sendo o mais miserável do Brasil, com 40 municípios, dentre os 50 do país, mais pobres, de acordo com estudo da Fundação Getúlio Vargas elaborado com base em dados do IBGE.
No espectro político, os lances de traição do ex são inúmeros.
Traiu o ex-governador José Reinaldo Tavares, seu criador e que lhe deu um mandato de deputado federal em 2006.
Traiu o então deputado federal Waldir Maranhão que, a pedido de Dino e Lula, tentou reverter em 2016, sentado na cadeira de presidente da Câmara, o impeachment da então presidente Dilma Rousseff, do PT.
Traiu o senador Roberto Rocha (PTB), eleito em sua chapa, em 2014, e que acabou sendo defenestrado do grupo político do comunasocialista dois anos depois.
Traiu o senador Weverton Rocha (PDT) e o ex-secretário de Estado da Indústria e Comércio, Simplício Araújo (SDD), ao inventar, ano passado, uma Carta Compromisso que balizaria a escolha do nome de consenso do campo governista.
Tentou trair o próprio governador Carlos Brandão (PSB), beneficiado com a traição de Rocha e Araújo.
Enquanto se recuperava de uma cirurgia feita em São Paulo, onde passou mais de 40 dias, o tucanosocialista foi alvo diversas vezes de conspirações orquestradas por Dino e aliados no sentido de viabilizar o nome de Felipe Camarão para encabeçar uma chapa governamental.
Flávio Dino traiu o seu eleitor ao aliar-se novamente ao Grupo Sarney, que ele sempre criticou, através do apoio do MDB.
O ex carrega no seu currículo um histórico de traição vasto.
Por isso, não tem moral para apontar dedo para ninguém.
E aos que ainda estão o apoiando, como o deputado estadual Othelino Neto (PC do B) e a senadora Eliziane Gama (Cidadania), que tomem muito cuidado.
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