A Operação Cangaço Eleitoral, desencadeada ontem [quinta-feira, 12] pela Polícia Federal (PF) no estado, e que resultou na prisão do vice-prefeito do município de Nova Olinda do Maranhão, Ronildo da Farmácia (MDB), teve como alvo oito pessoas.
Além do vice-prefeito daquele município, a PF também prendeu Apolinário Pereira da Silva, sogro do prefeito eleito, Ary Menezes. Um segurança do prefeito eleito também foi preso.
Ary Menezes foi eleito em outubro por uma diferença de apenas dois votos sobre a sua adversária, Thaymara Amorim (PL). Segundo a PF, houve compra de votos e ameaça a eleitos durante o processo eleitoral.
Operação
Nesta sexta-feira a PF detalhou números da operação. Ao todo, a polícia teve por objetivo cumprir 13 medidas judiciais contra investigados. Destas, quatro diziam respeito a Mandados de Prisão Temporária e nove a Mandados de Busca e Apreensão. Todos foram expedidos pelo Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE-MA).
Os mandados de busca e apreensão tiveram como alvos oito pessoas físicas e uma pessoa jurídica, sendo sete deles cumpridos na cidade de Nova Olinda do Maranhão, dois na capital e um na cidade de Cantanhede.
De acordo com a PF, quatro pessoas seriam presas, mas apenas três foram localizadas. A polícia continua com diligências no sentido de dar cumprimento a um mandado de prisão restante, em face de candidato apontado como liderança da organização criminosa investigada, o qual já é considerado foragido da Justiça.
Materiais de construção em troca de votos
A PF investigou grupo criminoso que fazia ofertas a eleitores em troca de votos no processo eleitoral. Havia ainda ameaças e intimidação com cobranças de valores e apoio político em favor do candidato a prefeito Ary Menezes.
Há relatos de eleitores que foram abordadas por integrantes do grupo criminoso para que aceitassem dinheiro ou materiais de construção em troca de apoio.
Um vídeo chegou a repercutir nacionalmente em redes sociais e acabou sendo alvo de uma reportagem no Fantástico, da Rede Globo, logo após a eleição.
O caso mostrado pelo Fantástico foi do lavrador Danilo Santos. Ele admitiu que foi procurado antes da votação deste ano e aceitou vender o seu voto.
“Falei que era 1.500 telhas, 20 sacos de cimento e a madeira da minha casa. Eles falaram para mim que se fosse só isso, já estava tudo comprado. Que no outro dia era para eu ir buscar lá no galpão”, contou.
Danilo disse que não recebeu tudo o que foi prometido. E, por isso, mudou de ideia. E dois dias depois da eleição, um caminhão da prefeitura retirou as telhas da casa dele. “Como não me deram o material todo, ficaram me ameaçando”.
A Polícia Federal se debruçou sobre o caso e deu início às investigações.
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