O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, criticou a declaração da deputada estadual Mical Damasceno (PSD), que ao propor uma sessão solene na Assembleia Legislativa do Maranhão em alusão ao Dia da Família [15 de maio], defendeu a submissão da mulher ao marido.
Mical explicou posteriormente que tão somente expôs como fundamento o que está descrito na Bíblia e que entende que o marido é o líder espiritual da família. Ela rechaçou ter feito qualquer tipo de defesa ao machismo e à imposição de força.
Kassab, contudo, disse ter lamentado o posicionamento da correligionária. Ele afirmou que Mical agiu sob uma visão retrógrada e já superada, “falsamente escorada na religiosidade cristã”.
“Lamento a fala da deputada estadual Mical Damasceno, do Maranhão. Traz uma visão retrógrada e superada, falsamente escorada na religiosidade cristã. Defendo a liberdade de expressão e de cada um seguir suas crenças religiões. Como presidente do Partido Social Democrático tenho relacionamento com lideranças de diversas religiões”, disse.
E completou: “O Estado brasileiro é laico e a atuação dos três poderes deve ser pautada pela Constituição, que é clara ao estabelecer a igualdade entre todos, neste caso específico entre homens e mulheres. Os poderes, a sociedade e o PSD têm atuado progressivamente para combater a cultura da discriminação e desvalorização que ainda existem contra as mulheres no Brasil, uma bandeira que seguirá prioritária e inadiável no nosso partido”.
Explicou
Logo após a repercussão de sua fala, Mical Damasceno subiu à tribuna da Assembleia na sessão de ontem para explicar a proposta da sessão solene referente ao Dia da Família.
Ela afirmou que não restringiu o convite a homens e disse que a solenidade será aberta a todas as pessoas.
Mical também afirmou que a declaração sobre submissão é bíblica a refere-se a todo cristão. Todos, segundo ela, devem se submeter à autoridade suprema de Deus. Ela disse que as mulheres, porém, não precisam se submeter a todos os homens e nem estão desautorizadas a exercerem liderança.
Ela disse que a sua declaração foi deturpada pelo movimento feminista e afirmou que o feminismo não defende os direitos das mulheres, mas sim, uma guerra entre os sexos.
“A autoridade na Bíblia é radicalmente diferente da autoridade do mundo”, pontuou.
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