A corrida pelas 18 vagas do Maranhão na Câmara Federal coloca dúvidas no resultado final das eleições. As interrogações rondam candidatos com mandato, que não estão seguros da volta a Brasília.

Zé Carlos (PT), por exemplo, não está ainda fixado na lista dos vitoriosos, acompanhado de Pastor Gil na chapa do PL, que tem Josimar novamente com cadeira certa e ainda a presença de Detinha e Júnior Lourenço. Gil Cutrim, que tem uma grande estrutura de campanha ainda não tem garantia de sua recondução, pois disputa a única vaga possível do partido com Cleber Verde.

A situação também é complexa para João Marcelo, que está no MDB com Roseana, Hildon e Lobão Filho. A situação também não é confortável para André Fufuca, no PP e Marreca Filho, no Patriotas.

Além deles, completam a lista da insegurança os deputados Pedro Lucas, que concorre no murro a única vaga do União Brasil, com Juscelino Filho; e Aluísio Mendes, do PSC.

Avaliação aponta dificuldade

Em abril, uma avaliação divulgada pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP) e de dirigentes partidários, apontou que a mudança nas regras eleitorais, aprovada em 2021 pelo Congresso, deve favorecer a eleição de novatos em detrimento de quem tenta a reeleição.

A chamada lei de “sobras” alterou os requisitos para preenchimento de parte das cadeiras na Câmara. Na eleição proporcional, o partido precisa alcançar o chamado quociente eleitoral, que é a soma de todos os votos dados à sigla dividida pelo número de vagas que existem para a Câmara dos Deputados naquele Estado.

Após o cálculo de quantas cadeiras cada partido conseguiu ocupar segundo seu quociente eleitoral, ainda sobram algumas vagas. Nesta nova rodada, o preenchimento das “sobras” terá dois pré-requisitos a partir deste ano: a sigla precisa ter alcançado 80% do mínimo exigido para eleger um parlamentar; e o candidato pelo menos 20%. Essa última trava para as “sobras” não existia até então.

Em 2018, segundo dados do DIAP, 52% das cadeiras foram ocupadas por novos deputados, patamar superado apenas pelas eleições de 1990 (62%) e 1994 (54%). Quatro anos antes, em 2014, a renovação havia sido de 47% – abaixo da série histórica de 49%.

“Os partidos grandes, em especial, vão lançar um número alto de candidaturas e tendem a atingir o quociente eleitoral, consequentemente tendo acesso a mais cadeiras do que os partidos pequenos e médios. Como metade das vagas foi ocupada por uma regra diferente da deste ano, metade da Casa fica suscetível a não ser reeleita”, estima o diretor do DIAP.

“Isso pode ser um dos principais fatores para ter um índice maior de renovação do Congresso, que não se dá por uma questão conjuntural, mas, por conta da polarização e das regras que vão mobilizar os partidos para terem cabos eleitorais”, complementou.

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