Inspeções realizadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) revelaram que a ponte Juscelino Kubitschek, que desabou entre Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), no domingo, 22, causando pelo menos uma morte e deixando 15 pessoas desaparecidas, já era considerada uma estrutura em estado “ruim” de conservação.
Relatórios gerenciais de manutenção rodoviária, atualizados até julho de 2019, classificaram a ponte na categoria “amarela”, com nota 2 no Índice de Condição de Manutenção, que avalia estruturas rodoviárias em uma escala de 1 a 5 — sendo 1 o estado mais crítico e 5 o melhor. Essa nota indica problemas estruturais ou funcionais que exigem atenção prioritária, incluindo danos no concreto, fissuras, falhas em fundações ou desgaste em sistemas de drenagem.
De acordo com dados da Coordenação Geral de Planejamento e Pesquisa do Dnit, a situação de 121 pontes federais no Tocantins é preocupante: 10 estão na categoria amarela, como a ponte Juscelino Kubitschek, enquanto 2 foram avaliadas como péssimas. Outras 57 estão em estado bom, 46 em condição regular, e apenas uma foi classificada como excelente. Cinco pontes não receberam classificação.
Moradores e políticos já denunciavam as condições precárias da ponte. O vereador de Aguiarnópolis, Elias Cabral Junior (Republicanos), registrou em vídeo o momento em que parte da estrutura desabou neste domingo (22), enquanto criticava o estado da travessia. “Essa ponte já tem mais de 60 anos e não suporta mais o grande fluxo de veículos pesados que passa por aqui”, afirmou o vereador, pouco antes do colapso.
A Folha solicitou um posicionamento do Dnit sobre as avaliações contidas no relatório, mas não obteve resposta. O ministro dos Transportes, Renan Filho, informou que foi instaurada uma sindicância para apurar as causas e responsabilidades pelo desabamento.
A ponte, localizada na BR-226, era uma importante rota de ligação entre os Estados do Tocantins e Maranhão, além de ser um ponto estratégico para a Transamazônica (BR-230), que conecta o Nordeste à Amazônia. Próxima ao local do desabamento estão a Ponte Ferroviária do Estreito, pertencente à Ferrovia Norte-Sul, e a hidrelétrica de Estreito, que opera no rio Tocantins.
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