Imagem aérea da fachada do Rio Anil Shopping. (Foto: Lucas Sakamoto)

Cerca de um ano após o incêndio que resultou em duas mortes no cinema da rede Cinesystem, situado no Rio Anil Shopping em São Luís, as empresas responsáveis pela gestão do shopping (BR Malls e Rio Anil Shopping) se comprometeram em indenizar em R$ 5 milhões as vítimas que ficaram feridas e o município de São Luís.

Além das duas mortes, o incêndio no cinema, registrado no dia 7 de março de 2023, deixou, ao menos, 21 pessoas feridas por causa das chamas. O fogo também causou danos estruturais no shopping que ficou interditado por vários dias.

Valores das indenizações foram estabelecidos por meios de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), mediado pelo Ministério Público do Maranhão (MP-MA), visando a conclusão extrajudicial do caso, com os sobreviventes. Quanto às jovens que perderam a vida, seus familiares optaram por não participar do acordo e decidiram ingressar com uma ação judicial.

No total, 11 pessoas, entre familiares e vítimas, serão indenizadas, além do reembolso dos gastos médicos em decorrência dos ferimentos. Ao todo, o valor total destinado a todas as vítimas, juntamente com as despesas médicas, totalizará R$ 3.577.374,69.

Além da compensação destinada às vítimas, a BR Malls e o Rio Anil Shopping concordaram em efetuar o pagamento de R$ 1.500.000 em bens à Secretaria Municipal de Saúde de São Luís, como forma de reparação dos danos morais coletivos. Os bens incluem:

Cinco caminhonetes cabine dupla, cada uma no valor de R$ 185.000, totalizando R$ 925.000.

Três bombas de UBV veiculares, cada uma no valor de R$ 125.000,00, totalizando R$ 375.000.

R$ 200.000 para aquisição de rações e medicamentos para cães e gatos.

O incêndio

No dia 7 de março do ano passado, as chamas consumiram a estrutura do teto do Cinesystem do Rio Anil Shopping, resultando no desabamento parcial do forro sobre várias pessoas que estavam assistindo filmes. Yasmin Gomes Campos, de 21 anos e Evellyn Gusmão Gomes Silva, de 16 anos, morreram no incêndio. Outras 21 pessoas ficaram feridas.

Investigação

Para a Polícia Civil, a rede de cinemas Cinesystem informou que havia goteiras no cinema e que a administração do shopping contratou uma empresa terceirizada para fazer os reparos. Imagens mostraram o momento em que os operários colocaram uma manta asfáltica, no mesmo horário de exibição dos filmes.

No entanto, após a conclusão do inquérito, um parecer técnico do Instituto de Criminalística (Icrim) determinou que o incêndio teve origem em uma das cabines de projeção, cuja causa teria sido um fenômeno elétrico que aconteceu na fonte de alimentação da lâmpada do projetor.

Ainda segundo o Icrim, as chamas penetraram na linha de exaustão de ar do projetor, alcançando o teto da cabine por meio do tubo de exaustão, o que desencadeou a propagação do fogo em direção a três salas do cinema, resultando em uma grande explosão e um incêndio de vastas dimensões.

O Cinesystem não foi mencionado no TAC estabelecido com as vítimas. Contudo, de acordo com informações do MP-MA, existe a possibilidade de o Shopping Rio Anil iniciar uma ação judicial regressiva contra a rede de cinemas, buscando que esta arque com os valores devidos.

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