Usando a tribuna da Câmara Municipal de São Luís, na manhã de terça-feira (08), o vereador Honorato Fernandes (PT) repudiou a onda de ataque, que, segundo ele, tem sido promovida no intuito de desmoralizar a classe política, sobretudo Partido dos Trabalhadores (PT).
O vereador disse ser favorável a livre manifestação, no entanto, quando esta é feita de forma respeitosa e, de acordo com o parlamentar, o julgamento dos fatos é incumbência única da Justiça.
“Não sou contra a livre manifestação, mas defendo que esta seja feita de forma respeitosa, porque eu mesmo nunca faltei com respeito com nenhum dos meus colegas, independente da origem partidária. Cabe a Justiça apurar todos fatos, porque não existe ninguém acima da lei. Não tem Lula, não tem Dilma e não tem Fernando Henrique”, afirmou o vereador, que reconheceu os erros do PT, não deixando, no entanto, de destacar os avanços pelos quais o país passou em decorrência das políticas implantadas pelas gestões petistas.
“Precisamos ter clareza das coisas antes de sair achincalhando a classe política. Porque é isso que nós estamos testemunhando: a desconstrução da classe política. E a bola da vez é o meu partido, que tem erros sim, mas que também tem acertos. Foi esse partido que levou o bico de luz para o interior. Foi esse partido que colocou alimento na mesa de muitas famílias. Foi esse partido que permitiu que muitos filhos de empregadas pudessem ocupar os bancos das universidades”, destacou Honorato.
Relembrando as investigações sobre o esquema de agiotagem envolvendo o banco Bradesco e a Câmara Municipal de São Luís, Honorato reforçou a ideia de respeito à integridade moral daqueles que ainda gozam da presunção de inocência.
“Imaginemos, por exemplo, o caso da suposta corrupção envolvendo o banco Bradesco e a Câmara Municipal, quando esta Casa foi achincalhada moralmente, como se aqui só houvesse agiotas, sem haver apuração ou processo que comprovasse a ilicitude do ato. Nenhum de nós vereadores iríamos gostar, se ao chegássemos aqui, encontrássemos um boneco nosso com trajes de presidiário. Ou seja, todos têm pleno direito de se manifestar a favor ou contra qualquer coisa. Mas não o fazer com intolerância ou humilhação”.
Quanto a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vereador a classificou como sequestro, por ferir garantias constitucionais, sendo, portanto, uma ameaça ao estado democrático de direito, segundo ele.
“Com relação a prisão do presidente Lula, aquilo foi um sequestro. Por três vezes, o presidente Lula já havia sido chamado para prestar depoimento e compareceu em todas as três vezes. Portanto, o que nós estamos vendo é a quebra das garantias constitucionais. Se começarmos a querer fazer justiça e combater a corrupção passando por cima de todos, sem respeitar a lei, realmente será o fim da democracia”.
Finalizando o discurso, Honorato reforçou a integridade moral dele, enquanto vereador e petista. “Sou petista e não faço parte de quadrilha. Sou vereador da Câmara Municipal e não integro grupo de quadrilha. Exerço função pública, como político, mas não me jogarei no meio daqueles poucos que mancham a classe. Política é feita para ajudar e ser a voz do povo”, disse o vereador, que repudiou ainda o ato de violência cometido contra o chefe de gabinete do deputado federal Zé Carlos, durante a confusão ocorrida no último sábado, quando o famoso “Pixuleco” do ex-presidente Lula que estava sendo inflado foi furado e rasgado.
“Quero repudiar todo ato de violência cometido contra o companheiro Henrique, chefe de gabinete do deputado federal Zé Carlos, que foi brutalmente machucado por um policial que até suspenso da polícia está. Um indivíduo que atende pelo nome de Marcelo e anda pelo Brasil afora, patrocinado sei lá por quem, convocando ex combatentes e militares a irem às ruas se manifestar. O que ele está buscando não é manifestação, mas sim a violência”, finalizou o vereador.