Os números são assustadores para uma cidade que passou um ano sem registrar homicídio, porém, revelam a cruel realidade do avanço da violência urbana em Santa Rita. Dados do Sistema de Informação Sobre Mortalidade – SIM, ferramenta desenvolvida pelo Ministério da Saúde, mostram que nos últimos três anos, 99 mortes foram registradas no município. Este retrato do que acontece nas ruas, avenidas, bairros e povoados da capital maranhense da farinha vêm sendo provocado principalmente pelo avanço das drogas, especialmente do crack.
Além dos Dados do Sistema de Informação Sobre Mortalidade – SIM, outro levantamento estatístico dos casos de homicídios que é resultante de pesquisa própria da editoria de Polícia dos principais jornais em circulação no Maranhão, através do acompanhamento diário das ocorrências de assassinatos na cidade santa-ritense revela, inclusive, um crescimento absurdo na criminalidade do município nos dois primeiros meses de 2016, comparado com o mesmo período do ano passado. Os números são extraídos dos registros do Instituto Médico Legal (IML) de São Luís; além das guias cadavéricas expedidas pelas delegacias de Polícia Civil, e do relatório de ocorrências apresentadas na página da Secretaria de Segurança Pública, na internet.
E os números não param de crescer. Uma onda de violência vem tomando as ruas de Santa Rita nas últimas semanas. Mortes, roubos e furtos são alguns acontecimentos que vêm assustando a população. Um dos casos de criminalidade chamou a atenção da população de Caremas: vários tiros foram disparados em direção a multidão que estava no local, houve tumulto e muita correria, pelo menos cinco pessoas foram atingidas, um em estado grave. O fato ocorrido no dia 31 de janeiro chocou a comunidade, deixou uma vitima e vários feridos.
ATO CONTRA VIOLÊNCIA
Os moradores do município estão assustados com a violência registrada na cidade. São assaltos, assassinatos e outros tantos crimes que têm feito a população local mudar hábitos e até mesmo procurar outros meios de sobrevivência. Para marcar o repúdio a essa onda de violência, os santa-ritenses vão realizar, no próximo sábado (13), um grande ato pelas ruas da cidade com o objetivo de chamar a atenção para o problema e cobrar um reforço na segurança do município.
De acordo com internautas consultados pelo blog, a criminalidade na cidade foi intensificada nos últimos meses. O medo é tanto que a população não sai mais de casa depois das 20 horas, a menos que seja extremamente necessário.
— A partir das oito horas da noite todo mundo já está trancado dentro de casa com medo. Existem alguns comerciantes da cidade que até tiveram que mudar de ramo porque não aguentavam mais ser assaltados — conta um morador da cidade em contato com o blog.
E a onda de violência na cidade segue de forma desenfreada. Ontem, por volta das 21h, foi registrado mais uma tentativa de homicídio. O caso ocorreu na Rua do Sol, na Coheb. A vítima identificada por Amós Santos, segundo informações Santa Rita em Debate, foi i atingida por um tiro no braço esquerdo.
CIDADE JÁ FOI A MAIS SEGURA
Dados da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão apontam que Santa Rita já chegou a ser considerada a cidade mais segura do estado, entre as que têm mais de 35 mil habitantes. No período de 2005 a 2012, o município foi administrado pelo prefeito Hilton Gonçalo (PCdoB). O blog revirou os arquivos e entrou em contato com o ex-prefeito Hilton Gonçalo para conferir quais foram às políticas públicas usadas por ele para combater a criminalidade na cidade.
Durante um bate-papo com o titular do blog, Gonçalo disse na sua gestão Santa Rita era um lugar calmo porque conseguiu implantar programas de prevenção a violência. Ele conta que quando administrou a cidade, criou o Núcleo de Prevenção e Acidentes (NUPEVA), que permitiu que o município ficasse um ano sem registro de homicídios.
— O NUPEVA desenvolvido em Santa Rita durante a minha gestão foi tão exitoso, pois não apenas combateu o crime, preveniu. Desenvolveu ações para evitar que pessoas entrassem na criminalidade, além de colocar a Guarda Municipal como parceira da população. Visitando escolas e comunidades, desenvolvendo atividades, palestras etc — disse.
O Núcleo de Prevenção de Violências e Acidentes, segundo o ex-prefeito, era um órgão da Prefeitura Municipal de Santa Rita, vinculado à Secretaria Municipal de Saúde e que funcionava como articulador no processo de redução de danos por agravos não transmissíveis.
— O papel do NUPEVA era articular e estabelecer parcerias com os diversos órgãos municipais, estaduais e federais para formar e manter uma rede de atendimento e referência às pessoas vítimas de violências, acidentes e estimular a promoção de saúde e a cultura de paz em Santa Rita — explicou Gonçalo.
O programa trabalhava com varias atividades entre elas: seminários de articulação entre os parceiros, caminhadas de combate ao uso de drogas, sensibilização com agentes comunitários de saúde e servidores municipais da saúde sobre o atendimento a pessoas vítimas de violências e ação de segurança cidadã. Através do NUPEVA eram realizadas campanha municipal de transito, palestras sobre drogas e direção defensiva nas escolas de nível médio do município, sensibilização sobre violência para a população, comemoração do dia da atividade física e comemoração do dia da saúde.
CONFIRA O QUE FOI ALCANÇADO COM O NUPEVA