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A suspensão do voucher de transporte por app, anunciada pela Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte (SMTT) de São Luís, no final da tarde desta sexta-feira, 21, frustrou os planos de muitos ludovicenses que se registraram no site da prefeitura para as viagens pagas pelo município.
Esse cadastro permitiria que apenas usuários regulares do transporte público tivessem acesso ao benefício. Contudo, o projeto anunciado na tarde desta quinta-feira, 20, pelo prefeito Eduardo Braide (PSD), durou menos de 24 horas, desapontando aqueles que foram persuadidos a acreditar na proposta.
A legislação aprovada pela Câmara Municipal na terça-feira, 18, determina a aplicação da medida apenas durante a greve dos funcionários das concessionárias de transporte coletivo urbano, caso não seja garantida a circulação de pelo menos 60% da frota, em caráter excepcional e emergencial, para atender à demanda da população.
O problema é que a ação foi posta em prática ao término da greve, após uma decisão que obrigou as empresas a conceder o aumento salarial e o vale-alimentação aos empregados, seguindo o mesmo parâmetro subsidiado pela MOB nas linhas dos ônibus semiurbanos, conforme revelou o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Marcelo Brito.
Preço cobrado diferente do anunciado
Segundo as regras da ação, cada pessoa cadastrada teria direito a dois vouchers por dia, no valor de R$ 30 reais cada. Caso a corrida ultrapassasse esse valor, o passageiro teria que pagar a diferença. Em alguns casos, conforme relatos de usuários, o valor da viagem aparecia com uma diferença menor. Nas viagens de carros, o preço cobrado era de pouco mais de R$ 24 reais, enquanto nas motos, era de pouco mais de R$ 11 reais.
Medida pode causar prejuízo de R$ 16 mi
De acordo com apuração do blog do Isaías Rocha, para bancar as corridas que foram liberadas na noite de ontem, o prefeito decidiu abrir um crédito suplementar de R$ 16 milhões no orçamento municipal para o Fundo especial municipal de Transportes Urbanos (FEMT), cujos recursos foram viabilizados por meio da anulação de outras dotações orçamentárias.
A 99 Tecnologia – plataforma que conecta motoristas e passageiros, que é a principal concorrente da Uber, foi a empresa contratada para operar os serviços de transporte por aplicativo bancado pela gestão ludovicense, conforme nota de empenho em anexo. Eis aqui o documento que registra a despesa orçamentária.
As perguntas que estão sem respostas
A falta de transparência sobre a ação gera uma série de dúvidas e deixa algumas perguntas sem respostas após do anúncio da medida depois de 24 horas da sua implantação frustrada.
O que motivou a oferta de vouchers para viagens por aplicativos, mesmo após o fim da greve de ônibus?
Qual a quantidade de usuários cadastrados? Quantos foram atendidos ou beneficiados?
Se a iniciativa tinha um custo fixo, por que o preço anunciado era diferente do valor cobrado?
O que levou a prefeitura a contratar a 99 Pop em vez da Uber?
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