Um artigo do jornalista Marco D’Eça, publicado em seu blog hormônio, nesta quarta-feira (22), trouxe um ensaio do que poderia ser usado como opção para evitar um racha na base do governador Flávio Dino (PSB).
No texto, o jornalista lembrou uma posição adotada pelo então governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz (MDB), para evitar o racha e garantir dois palanques a ele na disputa entre o então senador José Arruda (DEM) e a vice-governadora Maria Abadia (PSDB).
De acordo com a leitura de D’Eça, essa tem sido a tese defendida por aliados como saída para o governador maranhense na disputa de 2022.
A história da política brasiliense, entretanto, tem outro personagem que não foi mencionado, conforme veremos mais abaixo.
Memória dos fatos
Após treze anos intercalados como governador do Distrito Federal (1988/1990, 1991/1995, 1999/2006), Joaquim Roriz (MDB) renunciou em favor de sua vice, Maria Abadia (PSDB) para lançar-se candidato ao Senado Federal em 2006.
Naquele pleito, já na condição de candidata à reeleição, a governadora Abadia sofreu com o comportamento dúbio de Roriz. Ele declarou apoio à reeleição da tucana, mas, depois, liberou seus principais aliados para votarem em José Roberto Arruda.
Na avaliação de analistas da campanha de Abadia, essa confusão foi fundamental para a vitória do adversário no primeiro turno das eleições. Na época, apenas cerca de 5 mil votos tiraram Abadia do segundo turno em 2006.
Depois da campanha, Abadia lamentou o episódio, comentou com pessoas próximas que se sentiu traída, mas retomou o relacionamento com o ex-governador.
Perguntas e respostas:
Mas, afinal, o que motivou Roriz a adotar essa postura?
Simples: o medo de perder a eleição de senador para um concorrente à altura: Agnelo Queiroz (PCdoB) que alcançou 544.313 votos equivalentes a 42,93% da votação contra 657.217 votos (51,83%) de Roriz.
Lá é diferente de cá
Diferente de Roriz – que tinha um Queiroz pelo caminho em 2006 – Flávio Dino navega em mares tranquilos na disputa senatorial. Ao meu ver, única pessoa com capilaridade politica no Maranhão para ameaçar uma eventual vitória do governador ao Senado, seria a ex-governadora Roseana Sarney (MDB).
No entanto, em várias entrevistas, a própria emedebista já demonstrou interesse em disputar o mandato de deputada federal no ano que vem, conforme já destacamos em matérias anteriores.
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