Ministro da Justiça, Flávio Dino, participa de audiência na Comissão de Segurança Pública do Senado — Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo

Em sua quarta audiência pública no Congresso, o ministro da Justiça, Flávio Dino, protagonizou debates acalorados com senadores de oposição na Comissão de Segurança Pública da Casa. Os principais embates foram com Marcos do Val (Podemos-ES), Sergio Moro (União-PR) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Criticado por adotar um tom irônico, o ministro defendeu o “direito de rir” e disse que “rir é bom”.

Dino ironizou os questionamentos do senador Marcos do Val sobre a atuação do ministério da Justiça nos atos golpistas do dia 8 de janeiro. O parlamentar afirmou que vão aparecer imagens de Dino dentro do Palácio do Planalto, assim como ocorreu com o ex-ministro do GSI, general Gonçalves Dias, e disse que o ministro será preso.

“Eu espero que o ministro seja afastado e, se possível, preso como foi o ministro André Mendonça”, disse do Val, que confundiu o ministro do Supremo Tribunal Federal com o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, preso há mais de três meses.

Na resposta, Dino criticou a atuação de do Val nas redes sociais e ironizou a formação do senador com o profissional de segurança pública. “Não precisa o senhor ir para porta do Ministério da Justiça fazer vídeo de internet porque se o senhor é da Swat, eu sou dos Vingadores. O senhor conhece o Capitão América? O Homem-Aranha?”, afirmou Dino.

Marcos do Val tem formação militar e antes de entrar na política se especializou em treinamento e consultoria para forças de segurança em diversos países, incluindo a SWAT, grupamento tático especial da polícia americana.

Em sua fala, Moro saiu em defesa do colega de Parlamento e criticou as respostas irônicas do ministro.

“Registro a minha solidariedade ao [Marcos] do Val, que eu acho que ele não pode ser tratado com deboche”, afirmou.

Na resposta, o ministro subiu o tom, disse que não admitirá ofensas a sua honra e criticou a atuação de Moro como juiz. “Eu vim aqui como ministro e senador da República para ser respeitado. Eu sou uma pessoa honesta, eu sou ficha limpa, eu fui juiz e nunca fiz conluio com o Ministério Público. Eu nunca tive sentença anulada. Por ter sido um juiz honesto, um governador honesto é que eu não admito que ninguém venha dizer que eu tenha que ser preso”, afirmou.

Dino também provocou o senador Flávio Bolsonaro na sua resposta sobre a possível ligação dos CACs [colecionadores, atiradores e caçadores] com o crime organizado.

“O senador Flávio Bolsonaro falou sobre narcomilícia e é um tema que ele conhece muito de perto. Esse casamento entre milícia e narcotráfico. É claro que com em relação aos CACs também aconteceu isso. Criminosos viraram CACs e CACs se associaram ao crime organizado”, disse.

Assista (5h00:09s):

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