Um Posto de Saúde abandonado no bairro Alto Seriema, em Matões, a 378 km de São Luís, tem causado preocupação nos moradores da localidade. O prédio está servindo como local de armazenamento de lixo hospitalar. Até seringas e agulhas foram parar nas mãos de crianças numa escola da cidade.

É o que confirma a dona de casa Joana Alves, que mora próximo ao posto. Ela disse que os preservativos, as seringas e as agulhas jogadas estavam sendo utilizadas pelas crianças de uma escola próxima. “As seringas, os preservativos que estavam aí jogados, as crianças brincavam também. As seringas e as agulhas foram parar na escola, eu vi elas brincando”, relatou.

A situação foi denunciada por meio de fotos enviadas pelo aplicativo WhatsApp à TV Mirante. As imagens mostram preservativos, equipamentos de escritório e odontológico. Porém, o fato mais grave e que chama a atenção é a quantidade de medicamentos dentro de caixas no meio de toda a sujeira.

O problema não está limitado somente às dependências do posto. Nos fundos do prédio desativado há uma grande quantidade de lixo hospitalar. Uma parte dentro do tanque e outra no chão, colocando em risco a saúde de quem mora próximo.

Dona Deusale Pereira considera lastimável a situação. Ela conta que enquanto os produtos se estragam, faltam medicamentos na unidade de saúde no centro da cidade. “É muito ruim para a população, nós sentimos muito quando o posto saiu daqui e foi lá para o centro da cidade. Tem que ir para o centro e às vezes não tem nem mesmo medicamento. Tem que comprar do próprio bolso”, disse.

A situação de calamidade deixa moradores da rua indignados com o problema. “O remédio tem que dar para o povo. Remédio dentro da prateleira não serve. Não pode deixar estragar, se o governo manda, tem que dar o remédio. Milhões de pessoas precisam do remédio e não tem, eles não dão”, reclamou o aposentado João da Cruz Rodrigues.

O secretário de Saúde não estava na cidade. O assessor da Secretaria, Daniel Marques, disse que o prédio está alugado para a prefeitura, mas que a situação será resolvida até o final do mês, assim que renovarem o contrato com a empresa que a faz a coleta do lixo hospitalar.

“Na verdade, nós fazemos grandes compras de medicamentos e esses medicamentos são do hospital. Como a população não usufruiu dos remédios por completo, eles acabaram vencendo. A posição que temos do setor de licitação é que até o final desse mês já está resolvido e a empresa vem fazer a coleta normal e destinar o lixo para desocupar o prédio”, declarou.