Mediação foi feita pela jornalista Carla Lima, com transmissão ao vivo pelo Portal Imirante (Foto: Matheus Soares)

O debate realizado pelo portal Imirante na noite desta quinta-feira entre os candidatos ao Senado pelo Maranhão foi marcado por críticas dos concorrentes presentes no programa, à gestão do ex-governador e candidato do PSB, Flávio Dino.

Alvo dos adversários, Dino não compareceu ao debate.

A coordenação de campanha do candidato informou, por meio de nota, que a sua ausência se deu em razão de compromissos nas cidades de Santa Helena, Pinheiro e Palmeirândia.

Participaram do debate, os candidatos Roberto Rocha (PTB), Antonia Cariongo (PSOL), Saulo Arcangeli (PSTU) e Ivo Nogueira (DC).

Temas como o aumento da extrema pobreza no Maranhão; precarização do serviço público; conflitos por terras e índices de violência nos últimos 7 anos no estado, foram discutidos pelos candidatos.

Os postulantes também travaram embate sobre a legalização do aborto; reforma trabalhista e privatização dos Correios.

Pouco se debateu, contudo, a função do senador em Brasília e o posicionamento a respeito de pautas de relevância que tramitam no Congresso Nacional.

Lamentou

“Esperávamos que todos os candidatos estivessem presente, mas infelizmente temos candidatos fujões, né. O candidato Flávio Dino não participou de nenhum debate e demonstra que não está preparado. Não sabemos se ele quer ser candidato ao Senado ou ministro”, disse Saulo Arcangeli, logo na abertura do primeiro bloco.

Logo em seguida, o senador Roberto Rocha lamentou a ausência do adversário, ao responder a uma pergunta elaborada sobre jornalista do Grupo Mirante, sobre a relação entre o Supremo Tribunal Federal (STF) e as demais instâncias de Poder.

“Olha que oportunidade extraordinária o candidato Flávio Dino perdeu, de fazer essa pergunta para mim”, lamentou.

Ironia

No início do segundo bloco, destinado a perguntas com temas livres, o candidato Ivo Nogueira utilizou da ironia para criticar a ausência do adversário socialista.

Ele se direcionou à cadeira vazia de Flávio Dino e perguntou o motivo de o adversário não ter conseguido cumprir com promessas de campanhas a respeito à valorização do servidor público. Como Dino estava ausente, ele direcionou a pergunta a Antonia Cariongo.

A candidata do PSOL, por sua vez, respondeu:

“Bom, em relação à situação do ex-governador, também concorrente ao cargo do Senado, a gente não tem muito o que falar sobre a gestão. A gente conhece o caos que se encontra o estado do Maranhão; o índice de violência; insegurança, a gente não tem mais segurança no estado e aí, justamente, cai sobre ele a questão da não valorização dos funcionários […] temos a questão dos professores também, que não foram valorizados, que não tiveram os seus direitos valorizados, assim como outros setores, também. Falar da gestão do ex-governador, concorrente ao Senado: foi uma gestão péssima”, pontuou.

Ivo Nogueira, na réplica, aproveitou para também criticar o ex-governador.

“A questão é que durante esses 7 anos de governo, as perdas acumuladas, segundo o Sindsep foram da ordem de 60,41%, é uma das maiores perdas salariais do funcionalismo público da história do Maranhão. É uma vergonha, num estado que teve uma arrecadação absurda de ICMS, não repassou conquista, ou melhor dizendo, essa famigerada vontade de ter dinheiro, em transformar isso em benefício ao
funcionalismo público. E isso foi ao ponto de uma calamidade”, enfatizou.

Esquentou

Já no segundo bloco, o candidato Saulo Arcangeli protagonizou embates mais “quentes” com pelo menos dois dos adversários presentes: Ivo Nogueira e Roberto Rocha.

O bloco foi destinado a temas livres, entre os candidatos, o que permitiu um maior confronto entre os postulantes.

No embate contra Roberto Rocha – sobre o tema políticas públicas de segurança na gestão do ex-governador Flávio Dino -, Saulo apontou um suposto preconceito de Rocha contra as mulheres. Isso depois de o candidato do PTB ter afirmado que Dino criou motéis em presídios do estado.

“Primeiro falar para o senador Roberto que ele fala para as mulheres, mas tem muito preconceito em sua fala. Discordo da política de Segurança do Governo Flávio Dino, é o segundo estado do país que menos gasta com segurança por habitante […]”, ponderou.

Saulo também disse que Rocha participou do Governo Flávio Dino, mas “agora rompeu”.

O senador rebateu a crítica e disse que se afastou de Dino logo no primeiro ano de mandato do ex-governador, em 2015.

“Não participei de nenhum governo. Eu não tenho nenhum cargo no Maranhão que não tenha sido dado pela população do Maranhão. Nunca fui nomeado por ninguém, a não ser pelo povo do Maranhão, portanto não é verdade que eu rompi com Flávio Dino agora. A gente teve o afastamento desde o primeiro ano do seu governo, quando eu percebi que seria apenas uma panelinha ideológica”, disse Rocha.

Aborto

Saulo também discutiu com Ivo Nogueira sobre as políticas de direita e esquerda no pais e defendeu a descriminalização do aborto.
Ivo afirmou ser contra o aborto, a ideologia de gênero e a política de educação de crianças promovida pela esquerda.

Saulo afirmou que aborto é questão de saúde pública.

Antônia Cariongo também criticou a postura de Ivo e disse: “Meu corpo, minhas regras”.

Ivo Nogueira afirmou que ele é o único candidato que defende a destinação de vagas igualitárias a homens e mulheres no Congresso Nacional: “Sou o único que defende que 50% das vagas no Congresso Nacional devem ser destinadas a mulheres e outras 50% a homens. As mulheres precisam decidir sobre os temas voltados para as mulheres. Nenhum outro candidato aqui defende o que eu defendo”, pontuou.

Reveja como foi o debate:

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