O blog começa a revelar, na próxima semana, uma série denominada “Doctor’s Friend”, que significa “Amigo do Doutor”, que vai revelar detalhes sobre um possível conluio entre um médico oftalmologista, que é diretor de um grupo oftalmológico na capital, juntamente com seu melhor amigo, um ‘sujeito traquina’ que é irmão do prefeito de um importante município da Grande São Luís.
No primeiro episódio, logo após o feriadão, vamos mostrar como o suposto esquema vem sendo montado dentro do órgão responsável pela saúde da população, visando favorecer o grupo oftalmológico com pagamentos de vultuosos recursos do erário público.
Esquema seria escoadouro
Conforme depoimentos e arquivos enviados ao blog, a ideia inicial da quadrilha seria trabalhar a não renovação de contrato com o Sistema Único de Saúde (SUS), para atender unicamente a clínica do operador ligado ao irmão do gestor.
A estratégia é simples: quanto menos participantes, mais verba pública a clínica receberia da prefeitura. Fontes consultadas pela reportagem desconfiam, por exemplo, que seja por meio desse esquema que o dinheiro público iria ‘escorrer’ para financiar a campanha de um pré-candidato a deputado estadual nas eleições do próximo ano.
Documentos oficiais aos quais tivemos acessos com exclusividade mostram que seis clinicas oftalmológicas foram habilitadas com contratos assinados em 07 de outubro de 2020. No entanto, em reunião realizada no último mês de agosto, as empresas foram convocadas para comunicação da redução de 25% nos contratos.
O problema é que aconteceu algo que não estava sendo esperado: todas as participantes concordaram com a redução no valor das propostas. Como isso, o órgão público se comprometeu a aditivar os novos contratos até o dia 30 deste mês de setembro.
A reportagem apurou que atualmente os processos encontram-se no setor de planejamento aguardando liberação para reserva orçamentária. Acontece, entretanto, que começaram a surgir boatos de que não será renovado o contrato de pelo menos duas clínicas oftalmológicas, o que poderia beneficiar a concorrente do operador que acabaria herdando os serviços, recebendo naturalmente mais verbas públicas.
Operador quer ser financiador
Com total falta de transparência e lisura, o operador que é proprietário de uma das seis vencedoras da última licitação, começou a agir sorrateiramente para descredenciar outras duas clinicas atuando, politicamente, pela não renovação de duas concorrentes. A proposta dele, de acordo com delações, seria ganhar mais para poder financiar a candidatura do amigo no pleito do ano que vem.
Curioso é que isso tudo ocorre em meio as investigações da Polícia Federal que já vem investigando uma outra quadrilha que agia no mesmo órgão. Se a nova máfia ganhar corpo, será mais um esquema que deverá impactar negativamente a saúde pública maranhense.
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