As promessas do prefeito de São Luís, Edivaldo de Holanda Júnior (PDT), ainda como candidato durante a campanha de 2012, de realizar uma gestão diferente, moderna e transparente, um “novo na política” como ele mesmo dizia, parece ser discurso preparado para período eleitoral.
O discurso de que iria “mudar tudo de errado” continou, inclusive, na posse no dia 1º de janeiro de 2013, durante uma cerimônia no auditório da FIEMA. Na época, o prefeito foi taxativo ao afirmar que não admitiria corrupção em sua administração. “Nesse governo que inicia hoje a corrupção será vista como crime hediondo. Teremos tolerância zero para ela“, destacou.
Na prática, seu governo – que termina daqui a seis meses – foi recheado de velhas práticas da política e marcado por grandes escândalos. O legado de Edivaldo foi corrupção. Tanto que ele foi o único na história de 407 anos da cidade que foi alvo de vários pedidos de impeachment na Câmara.
As denúncias de corrução envolvem praticamente todos os setores da administração. Nesses quases oito anos de mandato, Edivaldo flertou com suspeitas de improbidade por irregularidades fiscais; depois foi acusado de beneficiar a máfia do lixo; foi alvo de processos por abuso de poder na contratação do Isec e contratou empresas para realizar serviços de pavimentação num suposto esquema que ficou conhecido como ‘máfia do asfalto’.
Além disso, Edivaldo também manteve contrato de iluminação pública com uma prestadora suspeita de irregularidades em vários estados do país e firmou mais de R$ 141 milhões em contratos com empresas investigadas.
O chefe do executivo ludovicense também esteve no bojo do inquérito da Polícia Federal durante a Operação Sermão aos Peixes, em 2015. Ele apareceu como um dos candidatos que foram beneficiados com doação de recursos de empresas envolvidas na operação, conforme documento em anexo.
Outro escândalo que sacudiu a administração municipal foi a denúncia sobre um assessor do prefeito que estaria ostentando patrimônio incompatível com salário. Conforme foi divulgado na imprensa, Ronalldo Lopes Lima foi apontado como uma espécie de “braço operacional” de Edivaldo Júnior, que teria institucionalizado um suposto esquema de corrupção, com a cobrança de propina que correspondia entre 20 a 30% do valor devido pelo poder público às empresas que prestam serviços ao município.
Faltando seis meses para o fim do desastroso governo, a população ludovicense viu mais um caso de corrupção ‘ascender’ na administração holandista. Na recente operação “Cobiça Fatal”, realizada pela Polícia Federal, foi identificado na Secretaria Municipal de Saúde, um superfaturamento na venda de 320 mil máscaras hospitalares, com valor de R$ 3,17 e negociadas com a dispensa de licitação e pagamento com recursos do covid-19, no valor de R$ 9,90.
A negociata corrupta, segundo o inquérito policial, garantiu um superfaturamento de mais de R$ 2 milhões para os interessados que estão entre empresários e gestores públicos. A ação trouxe algumas dúvidas: afinal, até que ponto o prefeito está envolvido?
Nesta esteira, Edivaldo Júnior vai aumentando o nível de desconfiança da opinião pública ludovicense, que fica sem saber até que ponto realmente o atual prefeito representa uma nova política, ou apenas as velhas práticas revestidas de nomes novos, apenas.
A situação é tão crítica, mas tão crítica, que São Luís ocupa hoje uma das piores posições no ranking de percepção de corrupção, elaborado pela Transparência Internacional. No entanto, os detalhes vergonhosos sobre a posição da capital no quadro de corrupção iremos publicar nos próximos dias. Aguardem!
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