O filho do deputado Waldir Maranhão (PP), Thiago Maranhão, suspeito de ter sido funcionário fantasma do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MA) durante cinco anos, falou nesta segunda-feira (30) pela primeira vez sobre a denúncia.
Thiago Maranhão passou boa parte da manhã desta segunda prestando depoimento no Tribunal de Contas do Estado do Maranhão (TCE-MA) com membros da sindicância que investiga a conduta do ex-servidor, exonerado no último dia nove de maio.
No TCE, ele falou sobre as acusações sobre ter sido funcionário “fantasma” no TCE e prometeu devolver o salário que recebeu mesmo morando fora do estado. “Eu vou devolver o dinheiro porque eu acho que a sociedade merece. Eu acho que eu tenho muito a prestar a sociedade e é isso”, revelou.
O depoimento de Thiago Maranhão faz parte do processo administrativo aberto pelo TCE do Maranhão, logo depois que surgiram as denúncias. O processo visa apurar por quanto tempo ele recebeu sem trabalhar e qual é o valor do total dos pagamentos feitos a ele nesse período.
O salário era de R$ 7.500 para o cargo de assessor de conselheiro Thiago Augusto Azevedo Maranhão Cardoso era funcionário comissionado do Tribunal de Contas do Estado desde 2013.
Acontece que Thiago Maranhão é médico e, segundo o cadastro do Ministério da Saúde, há cinco anos vem trabalhando em outros estados.
De 2011 a 2014, atuou como residente no Hospital de Ipanema, no Rio de Janeiro. E desde então, é médico anestesista no Instituto Dante Pazanezzi, em São Paulo.
O filho de Waldir Maranhão foi nomeado pelo conselheiro Edmar Cutrim, na época presidente do TCE. Cutrim é um ex-deputado estadual, que tem filhos na política – aliados de Waldir Maranhão no estado.
Apesar de ter assinado a nomeação, Cutrim disse que não sabia que Thiago Maranhão recebia sem trabalhar. “Eu fui tomar conhecimento deste fato de que ele estava no Rio estudando através de notícias. Não tem nada a ver. Esse assunto está superado. Isso aí é administrativo. A administração está tomando providência. Não vai ter problema nenhum. Eu acho que estão colocando tempestade em copo d’água. Eu acho que tem coisa muito mais séria nesse país para resolver do que isso”.
Quando o Tribunal de Contas do Estado começou a ser questionado sobre a suspeita de que o filho de Waldir Maranhão seria um funcionário “fantasma”, a presidência do TCE decidiu exonerar Thiago Maranhão do cargo.
O secretário de administração do TCE, Raimundo Henrique Erre, diz que o processo interno está caminhando e que, depois de concluído, pode ser encaminhado ao Ministério Público, se houver indícios de crime. “Já foi ouvido o ex-servidor. Foram solicitadas algumas diligências e o processo será finalizado com a apresentação de um relatório final pela Comissão de Sindicância que será submetido a aprecidação da presidência ao seu final”, finalizou.