O Estado – Os projetos das refinarias Premium I, no Maranhão, e Premium II, no Ceará, poderão ser reconsiderados pela Petrobras após superação de questões conjunturais, segundo informou o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, durante audiência da Comissão Externa da Câmara dos Deputados, que tratava da questão. Eduardo Braga fez essa avaliação tendo em vista que a produção de petróleo continuará crescendo e o país vai precisar ter estruturas de refino quando a demanda pelos derivados do petróleo voltar a aumentar, o que deve ocorrer ao final de 2016, início de 2017.

“Acreditamos que a questão das refinarias Premium I e Premium II terá reestudo, em função do fato de que precisamos de refino”, afirmou Braga.

“As circunstâncias que levam a Petrobras a cancelar, suspender ou postergar os projetos não são estruturais, são conjunturais. Questões conjunturais passam, mas a verdade macroeconômica e estrutural sobreviverá, apenas temos de enfrentar os desafios”, acrescentou.

O ministro destacou que apesar da conjuntura econômica internacional, com queda do preço do barril do petróleo e possível aumento da oferta de óleo com fim de embargos impostos pelos Estados Unidos ao Irã, os investimentos em refino no país são “absolutamente necessários”.

“Recentemente pudemos exportar gasolina, o que não é comum. Somos exportadores de óleo e importadores de gasolina. Então no curto, médio e longo prazos, a questão do refino deve fazer parte do planejamento do Ministério”, ressaltou o ministro, que destacou que os investimentos também dependem da participação da Petrobras, empresa que tem o Governo Federal como principal acionista.

Cancelamento

O cancelamento do investimento nas duas refinarias foi anunciado oficialmente pela Petrobras em janeiro deste ano, durante apresentação do balanço da companhia, que atribuiu a desistência dos projetos das refinarias à falta de parceiros e à revisão das expectativas de crescimento do mercado de combustíveis.

“A companhia, diante dos resultados econômicos alcançados até o momento, consideradas as taxas previstas de crescimento dos mercados interno e externo de derivados e da ausência de parceiro econômico para a implantação, condição prevista no Plano de Negócios e Gestão da Companhia (PNG 2014-2018), entendeu que deveria encerrar estes projetos de implantação”, citou a empresa, no balanço do terceiro trimestre de 2014.

O investimento na Refinaria Premium I, em Bacabeira, que avançou somente até as obras de terraplanagem, foi da ordem de R$ 2,1 bilhões.

MAIS

Diesel seria 60% da produção

O projeto da Refinaria Premium I previa a produção de óleo diesel (cerca de 60% da produção), querosene de aviação (QAV) (20,8%), nafta petroquímica (14,1%), gás liquefeito de petróleo (GLP) (4%), coque (3,8%) e óleo bunker (1,5%).

NÚMERO

R$ 2,1 Bilhões foram investidos pela Petrobras nas obras de terraplanagem da refinaria Premium I, em Bacabeira.