A sessão ordinária dessa quinta-feira (05/03), na Câmara Municipal de Bacabeira (CMB), terminou com mais um terremoto político. Tudo aconteceu quando o presidente da Casa, vereador Elias Teixeira Lima, mais conhecido por Tchabal, perdeu a linha num desnecessário discurso de ataques contra seu antigo aliado Daniel Mendes, presidente do Partido Republicano da Ordem Social (PROS) no município. O motivo: não aceitou perder o comando partidário para alguém sem mandato.

O ‘quiproquó’ protagonizado pelo chefe do legislativo ocorreu já no final da sessão legislativa, logo após o parlamentar avistar seu ex-aliado – que também foi assessor de imprensa do parlamento bacabeirense – na galeria da Casa. Tchabal não se conteve e transformou o microfone da Câmara numa espécie de ‘lavanderia’ que serviu para lavar algumas de suas magoas.

Não satisfeito, o vereador chegou ao ponto de chamar, inclusive, seu novo desafeto de ‘moleque’. No desabafo, disse que não era ‘homem’ de falar pelas costas. No entanto, não contou aos assistentes da galeria que estava atacando justamente a pessoa que salvou seu mandato da cassação. Mas como assim? Vou tentar explicar para que você possa entender e saber quem é a vitima ou o vilão dessa história.

ENTENDA A SITUAÇÃO

Tchabal foi eleito em 2016 com 484 votos na coligação Bacabeira do Futuro que era formada pelo PROS e PPS. Ocorre que ambos os partidos deram apoio à candidatura do candidato derrotado Alan Linhares (PCdoB), mas Tchabal não seguiu as orientações partidárias e resolveu pedir votos para a então candidata a prefeita Fernanda Gonçalo, atual chefe do executivo bacabeirense.

Na época, durante a campanha, todas as lideranças do atual grupo oposicionista passaram a pressionar Daniel Mendes, que é presidente do partido, a tomar uma série de medidas para expulsar Tchabal da legenda visando impedir sua candidatura à reeleição, mas Mendes se recusou a fazer algo que pudesse prejudicar o palramentar.

Após o pleito daquele ano, o vereador que havia sido reeleito para o segundo mandato, passou a receber represálias de seu antigo grupo que queria cassar seu mandato por infidelidade partidária. Além dele, o dirigente do PROS também passou a ser pressionado para não assinar nenhum documento que pudesse beneficiar o parlamentar. Como não expulsou Tchabal, exigiram dele então que não assinasse a prestação de contas dias antes da diplomação.

A intenção, segundo apurou o blog, era impedir que Tchabal tivesse suas contas de campanha aprovadas o que iria impedir, por exemplo, sua diplomação e posse. No entanto, contrariando a todos, Daniel resolveu salvar o mandato do parlamentar.

PAGANDO COM TRAIÇÃO

A partir daí, Tchabal foi diplomado, empossado e eleito presidente da Câmara. Como retribuição, nomeou o dirigente da sigla no cargo de assessor de imprensa. O tempo passou e as eleições de 2020 foram se aproximando. Tchabal queria um partido para poder aumentar seu poder politico e brigar por uma indicação do vice na chapa da atual prefeita. No primeiro momento, tentou convencer Daniel a lhe dá o comando da sigla. Em seguida, tentou mostrar força com a direção estadual da legenda tentando levar mais dois vereadores, mas não convenceu pela forma que tentou agir: dando um golpe.

Resultado: Daniel foi avisado pela direção estadual da trama arquitetada por quem ele justamente salvou da cassação.  Com a descoberta, Tchabal resolveu exonerar seu aliado da Câmara e ontem tentou posar de vítima, mesmo sendo uma espécie de vilão. Essa é a história que o blog apurou tanto com a direção municipal quanto estadual do PROS.

“O Daniel está com o comando PROS de Bacabeira desde o período em que o partido foi criado. Lá, quem decide os rumos do partido é o próprio comando municipal”, revelou uma fonte do Diretório Estadual em contato com o blog.

HISTÓRICO DA DESCONFIANÇA

Após deixar PROS, o chefe do legislativo resolveu se filiar ao PSB. Para isso, está programando uma reunião para o próximo dia 08, na Chácara do Marlon, no bairro Sapucaia. Ele anunciou um ato de filiação e promete fazer uma festa. O problema, porém, é que o histórico politico acaba gerando desconfiança a quem ele convidou para ingressar na nova sigla.

Para alguns, o vereador tenta montar um quadro só com escada para lhe levar novamente à Câmara. Para outros, o que ele quer é apenas reunir povo para fazer foto para mostrar força e poder sentar-se à mesa de negociação para indicar o vice seja na chapa governista ou oposicionista.