Morno, quase frio, nem tanto pelo despreparo dos candidatos, mas pela dificuldade de acomodá-los para um programa com cerca de 2,3 horas de duração e regras rígidas para perguntas, respostas, réplicas e tréplicas. Assim foi o primeiro debate entre os onze candidatos a prefeito de São Luís, nesta quinta-feira (1º), numa iniciativa da Band Maranhão em parceria com TV UFMA da Universidade Federal do Maranhão.
Houve candidato que chegou com tanta empolgação para apresentar seu currículo, que faltou tempo para dizer quem era, como foi o caso de Bira do Pindaré (PSB), Hertz Dias (PSTU) e Sílvio Antônio (PRTB), este se apresentando como único candidato de direita. Eduardo Braide (Podemos) e Neto Evangelista (DEM) foram os que souberam melhor se apresentar ao longo do debate.
No segundo bloco, em que os candidatos podiam escolher entre os temas Educação, Saúde e Infraestrutura para dizer o que pensam fazer, o candidato do Solidariedade, Carlos Madeira, disse que se o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) fosse Campeonato Brasileiro, São Luís estaria próxima do rebaixamento, por isso pretende melhorar o nível de ensino, proposta seguida por Hertz Dias (PSTU), Jeisael Marx (Rede Sustentabilidade), Franklin Douglas (PSol).
Duarte Júnior (Republicanos), que escolheu Saúde, prometeu acabar com a Central de Marcação de Consulta e implantação do Saúde na Hora, que remunera profissionais e unidades de saúde pelos atendimentos em fins de semana, mas foi contestado por Yglésio Moisés (Pros), que disse estar esse programa suspenso. Já o candidato do DEM, disse que sua maior preocupação é com a demanda reprimida por conta da suspensões de consulta, exames e cirurgia por conta dos riscos de contaminação por coronavírus.
Já o candidato do Podemos, Eduardo Braide, destacou as emendas que destinou para hospitais e programas de Saúde a fim de se apresentar como alguém que conhece os problemas do setor.
Único a eleger Infraestrutura como prioridade, Rubens Júnior (PCdoB) citou algumas praças que teriam sido feitas quando era secretário das Cidades, e destacou os habitacionais José Chagas, no São Francisco, e Jomar Moraes, no Parque Pindorama, que teriam tido suas obras continuadas, graças a ele. O candidato destacou que essas obras são do tempo do governo de Dilma Rousseff, mas esqueceu de frisar que foram continuadas por Michel Temer e Jair Bolsonaro.
Rubens Júnior prometeu continuar a obra de Edivaldo Holanda Júnior, em melhoria de ruas, construção de praças etc, mas o candidato do PRTB, Sílvio Antônio pediu para não trabalhar só de quatro em quatro anos e não use “asfalto Sonrizal” só para ganhar votos.
Mobilidade – O candidato Eduardo Braide prometeu melhorar significativamente os serviços de transporte público, destacando que no contrato assinado com a prefeitura, as empresas têm direito a um aumento de tarifas todos os anos, porém não há nenhuma cláusula que as obrigue a aumentar a frota de ônibus. Braide diz que pretende construir três novos terminais de integração, no Itaqui-Bacanga, na Cidade Olímpica e na Divinéia, e para essas obras destinará recursos dos royalties da mineração.
O problema da metropolização foi colocado para debate entre Duarte Júnior e Neto Evangelista, mas o primeiro não se aprofundou no tema, preferindo lembrar os tempos em que vendia chip de celular na Rua Grande Grande, trabalhava como animador de palco e o que fez à frente do Viva e do Procon, merecendo críticas do concorrentes por isto.
Neto, porém, disse que esse é o tema que deve ser liderado pelo governador e pelo prefeito da capital e ele vai cuidar das comunidades que estão nas zonas limítrofes dos quatro municípios, em parceria com os demais demais prefeitos e pretende implantar uma série de outros programas para atender a população da Ilha como um todo.
Provocações – Franklin Douglas, do Psol, desafiou os seis deputados que concorrem a prefeito a mostrarem o que fizeram sobre aquilo que estão prometendo. Disposto a atacar os adversários, disse que Rubens Júnior gaba-se de ser aliado de Lula, mas saiu da Câmara para deixar Gastão Vieira, que vota em quase tudo do governo; acusou Bira do Pindaré de omissão sobre as questões de meio ambiente e expulsão de comunidades quilombolas do Cajueiro para construção do Porto São Luís.
Hertz, por sua vez, lembrou que Duarte Junior é do mesmo partido do senador Flávio Bolsonaro, e disse que enquanto o covid-19 ameaçava os condomínios de luxo, o governo adotou a política do fique em casa, mas quando chegou na periferia, foi o “liberou geral”.
Rubens Júnior disse que alguns tentam esconder que são aliados de Bolsonaro, como é o caso de Eduardo Braide, cujo partido é um dos que mais votam com o governo no Congresso Nacional.
Confira, na íntegra, como foi o debate com os prefeituráveis