Na semana pós eleição, adolescentes do Colégio Porto Seguro, de Valinhos, SP, desmentiram a tese de uns poucos pensadores, ao disparar mensagens contestando o resultado das urnas. Racistas, homofóbicos, antissemitas, ameaçaram colegas usando símbolos do nazismo. Pregaram o ódio.
Como bem lembrou a jornalista Mirian Guaraciaba, em artigo publicado no blog do Noblat, no Metropoles, esse não é um caso isolado. Há vários nas redes. Grupos de estudantes, adolescentes ou não, postam todos os dias mensagens antidemocráticas e preconceituosas. A coragem de Antonio, um menino negro, rico, filho de pais ativistas – mãe loira e pai negro – denunciou os alunos, deu um basta na intolerância.
Até quando? Oito alunos do colégio classe A de São Paulo foram identificados como autores dos posts e expulsos. Vão recorrer da decisão. Podem voltar. No Rio, em Brasilia, em São Paulo, é comum ver jovens protestando contra as eleições, enrolados em bandeiras do Brasil.
É hora de conversar com os jovens, romper vínculos com baderneiros que persistem em atos antidemocráticos. Há uma semana, radicais de direita, não tão jovens, estão acampados em várias partes do País. Em Brasilia, desafiando o bom senso (que nunca tiveram) e as autoridades que fingem não ver, ocupam o gramado em frente ao Quartel General do Exército. Não ouviram o que declarou o derrotado, negacionista-mor, aos ministros do Supremo Tribunal Federal, na semana passada: “Acabou”.
Ao que se desenha, o inominável não domina essa extrema direita – inegavelmente forte, que rachou o País. Não existirá bolsonarismo. Os milhões de votos declarados a ele não o fazem herdeiro nato. A direita que se consolidou corpulenta nas urnas deve pouco a um deputado de carreira pífia e governo medíocre.
Sim, ele pode voltar. Se não for condenado e preso por dezenas de crimes – processos e denúncias já tramitam contra ele. Os direitistas não são propriedade desse ignóbil. Nem as Forças Armadas são domínio da extrema direita.
Ontem, em O Globo, Washington Olivetto escreveu sobre os velhos fanáticos que apóiam Bolsonaro. Verdade. Mas não podemos perder o foco. Nos jovens. Nos meninos e meninas que podem impedir o alastramento da direita. Que podem, de fato, livrar o País do que Olivetto chamou de “velhos de cabeça, a única velhice ruim que existe”.
Mas, apesar disso, cabe destacar que é preciso punir o “fascismo juvenil” de adolescentes bolsonaristas que cometem crimes e, por isso, estão em conflito com a Lei, como é o caso de adolescentes fascistas que professam ideias preconceituosas, racistas e fascistas incutidas e aprendidas em casa com seus pais.
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