Empresário e PM são peças-chaves para esclarecimento da morte de Maldine Vieira em casa de prostituição, em São Luís

SÃO LUÍS, 5 de maio de 2024: “Maldine Vieira, morreu” foi a frase que mais ecoou em grupos de WhatsApp de São Luís, na tarde da quarta-feira, dia 1º de maio, impactando familiares e amigos.

A notícia se espalhou rápido e chocou a imprensa maranhense. Aos 29 anos, o jovem jornalista perdeu a vida após um misterioso afogamento na piscina da casa noturna ‘Mansão da Rosana’, no Olho D´Água, na capital maranhense.

Com a repercussão do episódio um questionamento, ainda sem reposta, passou a ser feito: “Ele estava bêbado ou foi uma vítima dopada?”

Em busca de encontrar respostas, o jornalista Marco Aurélio d’Eça – editor de um dos blogs mais antigos em atividade no Maranhão, publicou na tarde deste sábado, 4, o que classificou como “três peças-chave” para polícia esclarecer a morte do comunicador.

Marco d’Eça, que recebeu o Prêmio BEM de Jornalismo pela reportagem “Criaturas da Noite” – uma experiência com quem vive na noite da capital maranhense, revelou que o empresário Saymon Aquino, uma das peças-chave para desvendar o mistério em torno do afogamento, está desaparecido desde quando a morte de Maldine Vieira veio à tona.

“Este homem só conheceu Maldine na noite anterior ao afogamento, mas foi personagem frequente em matérias do jornalista em 2023”, revelou o experiente jornalista.

Saymon Aquino conheceu Maldine na terça-feira, 30, e o levou para a Rosana no clarear da quarta-feira, 1º

 

Amizade com o algoz

Após uma pesquisa junto ao blog Maldine Vieira, ainda disponível na internet, d’Eça encontrou quatro posts apontando a vítima com uma espécie de algoz do empresário.

“Ainda durante o velório, na quinta-feira, 2, amigos próximos a Maldine Vieira relataram a linha do tempo desde a aproximação entre o jornalista e o empresário até o desfecho trágico, com a sua morte na piscina do estabelecimento”, diz trecho da matéria.

A publicação destaca ainda que um grupo de jornalistas se encontrava no Quatro Bar, na Península, ocasião em que Maldine Vieira fora apresentado a Saymon Aquino. A partir daí, segundo ele, três fatos teriam ocorrido:

• desde o início da noitada, Aquino tentava levar o jornalista para a Rosana, mas enfrentava resistência dos demais presentes;

• diante do estado alterado de Maldine, alguns chegaram a propor levá-lo em casa, mas Saymon Aquino sempre os impedia;

• os dois deixaram a Península ainda de madrugada, sozinhos, no carro do empresário, em direção à Boate Rosana.

D’Eça conta ainda que a partir daí os relatos se parecem com os já divulgados pela imprensa, desde a morte do jornalista:

• Symon Aquino e Maldine Vieira chegaram à boite Rosana entre 5h30 e 6h da manhã, com Maldine já em contato com uma das garotas da casa, com quem ficaria;

• a convite do empresário, seu amigo policial militar Bruno Campelo, a segunda peça-chave, os encontrou já na casa, vindo de um plantão na PMMA;

• sentindo-se mal, Maldine subiu a um dos quartos ainda pela manhã, e só desceu – já alterado – por volta do meio-dia, em crise psicótica;

• o jornalista foi à piscina pouco antes das 14h; cerca de 10 pessoas bebiam na casa, entre elas a própria Rosana.

Na postagem é citado outro personagem, chamado Alan – a terceira peça-chave – que já foi ouvido por alguns jornalistas. Segundo a matéria, este cidadão, responsável por levar Maldine à UPA do Araçagy, dá uma versão para o caso totalmente diferente das pessoas já ouvidas, tanto pela imprensa quanto pela polícia.

“Segundo Alan, quando Maldine Vieira estava na piscina, o PM Bruno Campelo esteve com ele e deixou o jornalista se debatendo; Symon permaneceu bebendo, indiferente, assim como as outras cerca de 10 pessoas na casa”, completou outro trecho da postagem.

A matéria diz ainda que foi Alan quem retirou o jornalista da piscina, já desfalecido, e o levou para a UPA; coube a Rosana comunicar a situação a um dos amigos de Maldine, mas com a recomendação de que o pai – o também jornalista Marcelo Vieira – “não deveria ficar sabendo.”

“A notícia sobre a morte de Maldine Vieira começou a se espalhar a partir das 14h30 do feriado de quarta-feira, 1º. Saymon Aquino, Bruno Campelo e Rosana chegaram a ser ouvidos por jornalistas, e deram versões diferentes para o episódio”, concluiu a postagem levantando a possibilidade para explorar umas das linhas de investigação.

Revelador de mistérios

Com uma trajetória de 30 anos no jornalismo, Marco Aurélio d’Eça atuou nas editorias de Cidades, Polícia e Política, durante sua passagem pelo extinto jornal O Estado do Maranhão,  do grupo Mirante.

Na área policial, foi dele a matéria que revelou onde estava a carreta roubada em Itapecuru e que resultou na morte do delegado Stênio Mendonça, em 97, e na CPI do Crime Organizado, em 1999.

Ele também é autor de uma série de reportagens sobre o processo que levou pra cadeia políticos, empresários e policiais envolvidos com bandidagem, rendendo ao comunicador Menção Honrosa no Prêmio Airton Senna de Jornalismo, categoria regional.

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