Mesmo quem não é muito fã de esporte conhece o significado de “gol contra”, também chamado de “autogol”, uma espécie de lance conhecido no futebol no qual um jogador faz a bola entrar no gol de sua própria equipe, resultando em vantagem para a equipe adversária. O gol contra normalmente estigmatiza o seu marcador, em função do prejuízo à sua equipe
Pois bem, nesta quinta-feira (26), o secretário Ricardo Cappelli (PSB), titular da Secretaria de Estado da Comunicação (Secom), resolveu usar o futebol como uma plataforma política para analisar os efeitos da declaração de apoio do deputado federal Josimar (PL) à pré-candidatura do senador Weverton Rocha (PDT). Segundo ele, foi um gol contra.
“Quando está empatado com o bolsonarismo na segunda posição, pra despistar, comemora até gol contra. O cidadão tem a maior rejeição, a pior imagem, não saiu dos 3% depois de 6 meses de campanha. Vai transferir o quê? O gol é contra, mas na segunda divisão, tá valendo”, declarou.
É razoável supor que Cappelli já dispõe há muito tempo de conhecimento e informações acerca do significado de gol contra. Afinal, duas das formas mais comuns de marcar um lance como este são quando se tenta cortar um cruzamento ou passe do adversário e acaba-se por jogar a bola contra o próprio patrimônio, e quando se tenta recuar a bola para o goleiro.
Em 2006, um grupo de estudo técnico da FIFA, aprovou os critérios exatos que definem um gol contra. Um deles ocorre quando um chute termina desviado em direção ao gol por um membro do time adversário ou do time responsável pelo chute, o gol é atribuído a quem quer que tenha causado o desvio.
Entre outras palavras: se a aliança entre Josimar e Weverton foi gol contra, quem contribuiu para causar o desvio que resultou em prejuízo [principalmente de tempo de propaganda e fundo eleitoral] para o time Brandão foi Cappelli com sua desatenção em campo, pois não custa lembrar que o deputado peelista, também vinha sendo assediado pelo ‘técnico’ da equipe governista, visando repetir em 2022 a mesma parceria de 2020 em São Luís.
Recordista em gols contra
O mundo do futebol pode ser cruel. É um ambiente no qual alguns bons ou razoáveis jogadores convivem com o fantasma de serem lembrados apenas por suas falhas ou marcas negativas, embora tenham uma carreira digna e que não pode ser resumida apenas a isto.
Na luta política essa assertiva é mais do que evidente. Assim mesmo, sempre há os que optam pela irracionalidade, superpondo suas próprias ideias e intenções ao interesse comum. Tão grave e danoso que faz parte da tática política, como um dos seus pressupostos, sobretudo, numa correlação de forças adversa, tentando explorar contradições e desavenças no campo adversário.
No entanto, se tem alguém com experiência em marcas negativas, é Ricardo Capelli, um jogador recordista em gols contra no ‘time’ governista. Em menos de 40 dias no posto, Brandão viu estourar confusões com secretários e ex-secretários e com os deputados Duarte Junior, Márcio Jerry, Rubens Pereira Junior, Zé Inácio e Dr. Yglesio; em todas, um personagem se destaca: o chefe da Comunicação, que controla aliados, imprensa e o próprio inquilino do Palácio dos Leões, conforme observou o jornalista Marco D’Eça em seu blog.
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Além da alcunha de “Pitbull Albino das Laranjeiras”, Cappelli também lembra um “Cavalo”, cuja expressão no futebol tem significado de jogador violento, geralmente expulso do jogo ao ser punido com cartão vermelho, em função das ‘faltas e ataques desnecessários’.
É um jogador que não ajuda e ainda atrapalha. Sabemos que a disputa eleitoral no estado será definida em dois turnos. Hipoteticamente falando, se Brandão avançar para uma segunda batalha, qual seria a postura de quem vem sendo atacado? Ou seja, a equipe palaciana não aprendeu nada com a disputa do 2º turno na capital e tende a repetir o mesmo erro este ano, culminando em mais uma derrota.
Pobreza ganha de goleada
Pior do que o gol contra, por exemplo, seria sair de campo perdendo de goleada para a pobreza. Foi exatamente isso que fez o ex-governador Flávio Dino (PSB), ao se eleger em 2014, com a promessa de tirar o Maranhão da zona de rebaixamento na indesejável tabela negativa.
Quando se confronta o que está no papel [plano de governo registrado na Justiça eleitoral] com a realidade das ruas, aí verifica-se o fiasco governamental que faz o ‘projeto de mudança’ passar vexame e envergonhar o nosso estado.
E o que fazer diante de tal realidade? Entrar em campo, escolher uma camisa do time que se identifica e virar esse jogo. Somente nós, povo maranhense, podemos inverter este placar. Mas do jeito que está, não pode continuar. Porque afinal, no Maranhão de Todos Nós, o “Mais IDH”, não marcou um único gol.
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