Weverton avança sobre Brandão com ‘governo paralelo’ (Foto: Reprodução)

O filósofo Mário Sérgio Cortella tem uma expressão famosa que diz: “Um concorrente burro, te emburrece. Um adversário fraco te enfraquece. Uma oposição frágil, fragiliza um governo.” E isso tem tudo a ver mesmo, pois o ser humano tem uma tendência natural de se acomodar.

Às vezes, no futebol, a gente faz contas para fugir de um ou outro time em um mata-mata, por ser um adversário mais forte. Mas, para ser campeão, não se pode escolher, é preciso superar todos que vierem pela frente. Digo isso porque vez por outra a sucessão estadual no Maranhão tem sido comparada ao futebol, com frases do tipo: “treino é treino, jogo é jogo”.

O conceito sobre treino é nada mais que um processo para adquirir conhecimentos, habilidades e capacidades, mas nem sempre isso acontece. Às vezes alguém treina todo dia, mas não consegue resultado.

É o caso, por exemplo, do vice-governador Carlos Brandão (PSDB), que mesmo se mantendo disciplinado, treinando todos os dias e com regularidade, ainda não consegue obter os resultados desejados. Diferente do tucano, o senador Weverton Rocha (PDT), vem treinando e demonstra ganhar musculatura, inclusive, dentro do governo com apoio do próprio ‘técnico’ Flávio Dino (PSB).

Para disputar o campeonato da sucessão do próximo ano, o ‘técnico’ do grupo já deu sinais de que prefere ‘escalar’ Brandão. No entanto, apesar disso, joga como se tivesse fortalecendo mesmo é Weverton. Se não vejamos:

Um exemplo disso é que a ala pedetista ampliou espaço na administração estadual em relação à ala brandonista, inclusive, criando uma espécie de ‘governo paralelo’ que permite ao senador construir o projeto independente de poder.

A Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social (Sedes) é comandada pelo deputado licenciado, Márcio Honaiser (PDT), declaradamente torcedor da candidatura pedetista na disputa majoritária.

Outra importante pasta na administração estadual controlada por aliados do pedetista, é a Secretaria de Segurança Pública, cujo titular Jefferson Portela, já deu sinais de que vai ser candidato a deputado federal pelo PDT.

No Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MA), tem o ex-prefeito de Codó, Francisco Nagib, aliado de primeira hora do senador.

Além disso, tem a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais, que é comandada por Diego Rolim, indicado pelo presidente do PP, deputado federal, Fufuquinha, que já declarou apoio ao projeto de Weverton.

Na Agência Executiva Metropolitana (AGEM), o presidente Lívio Corrêa foi indicação do deputado federal Pedro Lucas, que também já deu várias declarações de que vai apoiar Weverton.

Nesta reta final de definições, a escolha de um campeão para o pleito vindouro vai precisar mais do que eficiência, é preciso ter sorte também. Vai ser um jogo em que o time será bombardeado, mas mesmo assim, poderá vencer.

A pergunta que não quer calar. Como Flávio Dino quer eleger Brandão como seu sucessor, fortalecendo o senador Rocha? Como na política, no futebol não existe justiça, mas competitividade.

É por essas e outras que alguns aliados do governador já falam na ‘solução José Arruda’, estratégia adotada no Distrito Federal, em 2006, pelo ex-governador Joaquim Roriz para garantir dois palanques a ele na disputa do cargo de senador. Ao que parece, o que importa mesmo para Flávio Dino não é a sucessão no Governo, mas sua eleição para o Senado. (De Isaías Rocha, com colaboração de Dalvana Mendes)

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