O insistente movimento do senador Weverton Rocha (PDT) em busca de prestígio visando criar musculatura para concorrer ao Palácio dos Leões em 2022 parece ter obrigado o governador Flávio Dino a rever sua estratégia dentro do seu grupo político, após se sentir confrontado e desrespeitado pelos passos que o aliado vem dando no cenário nacional.
Na última segunda-feira (14), em entrevista à Rádio Bandeirantes, o chefe do executivo maranhense chegou a dizer que deixar o PCdoB para se filiar ao PSB era uma “possibilidade” e não uma “decisão”. Revelou, inclusive, que para cravar a mudança, ele aguardava a tramitação na Câmara dos Deputados do projeto que cria as chamadas federações partidárias.
“Estou vendo ainda. Tem que definir antes as regras jurídicas da eleição. Na semana passada houve uma votação na Câmara de um projeto que cria as federações partidárias, permitindo a união de partidos. Vamos esperar essa votação para definir. Não há muita agonia porque temos prazo, mas a questão principal é essa: convergir, unir e ver quais são as regras do jogo. [A ida ao PSB] é uma possibilidade, ainda não é uma decisão”, explicou Dino.
Ocorre que a posição do governador, curiosamente, mudou quatro dias depois, justamente após o presidente do PP no Maranhão, deputado federal André Fufuca declarar na terça-feira (15), em entrevista à TV Mirante, que o seu partido apoiará a candidatura do senador Weverton Rocha ao Governo do Estado na corrida eleitoral do ano que vem.
Pouco depois de deixar a afiliada da Globo no Maranhão, Fufuca se dirigiu ao Palácio dos Leões para uma reunião com Flávio Dino. No encontro a portas fechadas, o dirigente partidário explicou ao governador os motivos que o levaram a manifestar o apoio público ao senador ressalvando, inclusive, que o partido poderia mudar de rumo à medida que as articulações para a corrida sucessória estadual forem ganhando consistência.
Segundo fontes consultadas pelo blog, foi a partir dessa reunião com o deputado federal que Flávio Dino teria mudado de opinião e resolveu antecipar sua ida ao PSB que, antes era apenas uma “possibilidade”, mas passou a ser uma “decisão” com os movimentos de Weverton, em Brasília.
Tudo isso aconteceu em menos de uma semana. Pode até parecer que essa tenha sido a primeira estratégica palaciana para isolar o senador pedetista, mas se trata apenas do terceiro movimento para conter Weverton. A primeira movimentação foi a volta do vice-governador Carlos Brandão ao PSDB, partido que era dado como destino certo do deputado federal Gil Cutrim, aliado politico de Weverton.
A segunda estratégia dinista foi antecipar a filiação do secretário Felipe Camarão, titular da Seduc, ao PT – partido do ex-presidente Lula, de quem o pedetista estava se aproximando para costurar uma provável aliança partidária no pleito do ano que vem.
Parlamentares governista, ouvidos pelo blog, garantem que o governador passou a moderar o tom com o aliado pedetista. O próximo passo é tentar manter o grupo intacto, mesmo que haja baixas de um ou dois partidos. Prova disso, por exemplo, é que muitas lideranças [incluindo deputados] que já estavam perto de se filiar ao PDT, resolveram recuar e vão aguardar o clima nublado passar para pode decidir suas escolhas partidárias. O tema, entretanto, será assunto para a nossa próxima abordagem.
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