Eduardo Nicolau é chefe do Ministério Público Estadual (Foto: Divulgação)

A bancada federal maranhense no Congresso Nacional divulgou uma nota de repúdio contra o procurador-geral de Justiça do Maranhão, Eduardo Nicolau, chefe do Ministério Público Estadual, após a polêmica envolvendo a promotora de Justiça Litia Cavalcanti.

Litia divulgou um vídeo na manhã de ontem (quinta-feira), afirmando ter sido exonerada de um órgão interno do MP, após ter intensificado investigações a respeito da aquisição – por parte do Governo do Estado -, do ferryboat José Humberto.

Parte da imprensa chegou a informar que a promotora havia sido exonerada da Promotoria de Defesa do Consumidor. Em nota, o comando do MP explicou, contudo, que ela havia sido excluída apenas da coordenação do Centro de Apoio de Defesa do Consumidor, um órgão auxiliar da administração do MP.

No comunicado – assinado pelo deputado federal Cléber Verde -, que é o coordenador do colegiado em Brasília, a bancada sugere articulação política de Nicolau junto ao Palácio dos Leões.

O documento cita uma suposta “declaração pública” da preferência política – por parte de Nicolau ao governador Carlos Brandão -, e afirma que atuação do procurador-geral de Justiça arranha, com a sua postura a imagem do Ministério Público Estadual.

Apesar de a nota ter sido assinada apenas por Cléber Verde, o documento afirma que a maioria dos membros da bancada federal sustenta a manifestação.

“A maioria dos membros da Bancada Federal do Maranhão manifesta sua preocupação quanto à postura adotada pelo Procurador-Geral de Justiça do Estado na sua relação com o Governo do Maranhão. A Lei Complementar nº 40/1981, que disciplina a organização do Ministério Público Estadual (MPE), é clara ao definir que a instituição é responsável pela defesa da ordem jurídica e dos interesses indisponíveis da sociedade, e pela fiel observância da Constituição e das leis. Depreende-se da norma, portanto, que não configura papel do Procurador-Geral de Justiça selecionar quando e a quem as leis são aplicáveis, perseguindo prefeitos e até mesmo promotores não alinhados ao Governo do Estado. Também não se afigura razoável que o Procurador-Geral de Justiça se imiscua em assuntos da esfera federal, enquanto veda os olhos para possíveis ilícitos cometidos pelo Governo do Maranhão e seus aliados”, destaca trecho da nota.

Além disso, o texto do comunicado continua levantando suspeita a postura do Procurador-Geral de Justiça revelando, inclusive, uma declaração pública de sua preferência política pelo atual governador nas eleições que se avizinham.

“Tampouco cabe ao Procurador-Geral de Justiça atuar como órgão de consultoria do Governo Estadual, como se tem observado no caso da travessia de ferryboat que liga São Luís à Baixada Maranhense. A declaração pública de sua preferência política pelo atual governador nas eleições que se avizinham, assim como sua participação em fotos, reuniões e eventos com propósito claramente eleitoral são incompatíveis com a função pública que deveria exercer e, por isso, igualmente condenáveis. Ao publicar a presente Nota, a maioria da Bancada Federal do Maranhão pugna pela preservação da imparcialidade do Ministério Público Estadual, cuja reputação vem sendo reiteradamente arranhada por aquele que deveria ser seu maior guardião. Que o Procurador-Geral de Justiça reveja imediatamente sua postura, pois os maranhenses precisam e merecem poder confiar em suas instituições”.

DOCUMENTO
Clique aqui e leia a íntegra da nota de repúdio da bancada maranhense

 

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