Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Escutec sobre as eleições da OAB-MA ganhou holofote na imprensa maranhense nesta segunda-feira (01/11). Os dados apontam ‘liderança’ do candidato Kaio Saraiva nas intenções de voto em relação aos seus adversários.

Mas, afinal, pode-se ou não confiar no que os números dizem? Sim! Diferente das palavras, os números não mentem! No entanto, para compreendê-los são necessários conhecer a metodologia do levantamento.

Exatamente por isso, nem tudo é tão obscuro ou vago no mundo das estatísticas. A verdade é que elas são fundamentais para a compreensão da realidade. O problema é interpretá-las corretamente.

Mas o que dizem os números do Escutec sobre a corrida eleitoral na entidade máxima de representação dos advogados? Eles dizem tudo!

A quinze dias do pleito na seccional maranhense da OAB, a verdade é que Kaio segue sendo rejeitado pela classe. Os números do levantamento mostram que os candidatos da oposição têm melhor intenção de votos do que o apoiado pela gestão de Thiago Diaz.

De acordo com os números, Diego Sá aparece com 43%, seguido por Misael Júnior, com 5%. Completam a lista Gustavo Carvalho (2%) e Aldenor Rebouças (2%).

Juntos, portanto, os oposicionistas chegam a 52% dos votos contra apenas 48% de Kaio Saraiva. Ou seja, nessa ótica, temos exatamente a visão do cenário da disputa na OAB numa pesquisa divulgada por blogs alinhados ao candidato da situação.

Rejeição é escondida

A sondagem trouxe alguns fatos estranhos. O primeiro deles diz respeito à origem da pesquisa. O release não faz menção ao contratante do levantamento. Afinal, quem teria interesse na divulgação dos números?

Há outro fato estranho e curioso na pesquisa ‘sem contratante’ de intenção de votos para o comando da Seccional maranhense da OAB: não há qualquer registro sobre os índices de rejeição de nenhum dos candidatos. Trago à tona esse tema por entender que é fundamental esse detalhe, seja aqui ou em qualquer parte do mundo, para uma análise realista do quadro.

Há modos e modos de se divulgar os resultados de uma pesquisa. Cada um escolhe o que mais lhe convém. Como nas decisões judiciais, convencionou-se dizer que critérios editoriais não se discutem, em nome do direito sagrado da liberdade de imprensa.

 

Tudo bem, mas também não é preciso exagerar nem achar que ninguém vai perceber a manipulação. É por essas e outras que algumas pessoas comparam pesquisa a um biquíni: mostra o principal, mas esconde o essencial.

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