A campanha do governador Carlos Brandão (PSB) está sendo feita com muito improviso. Aliados reclamam da falta de apoio necessário à sua candidatura à reeleição, apesar de o socialista ter entre 22% a 27% das intenções de voto, a depender da pesquisa.
Não raro, os encontros e as agendas da pré-campanha estão sendo marcados pelo próprio Brandão, sem qualquer coordenação com os aliados dentro e fora do PSB.
Sem um bom articulador: é ele quem tem de resolver coisas pequenas, como tentar alinhar a agenda com os participantes. Na capital maranhense, o secretário de Estado da Cultura, Paulo Victor, vinha trabalhando esse vácuo, mas, por algum motivo, acabou deixando essa função.
O futuro presidente da Câmara de São Luís atuava ao lado do governador da mesma forma que o presidente da Assembleia Legislativa, Othelino Neto (PCdoB), vem fazendo em favor do ex-governador na disputa senatorial.
Além de demonstrar uma campanha improvisada, algo muito mais grave vem chamando a atenção nos bastidores: os apoios que Flávio Dino (PSB) vem recebendo de adversários que não estão em seu palanque na disputa ao Senado.
Recentemente, por exemplo, fecharam com o socialista dois ex-aliados do senador Roberto Rocha (PTB): os prefeitos de Tuntum, Fernando Pessoa, e o de Itaipava do Grajaú, Júnior do Posto, ambos do PDT.
Isso tudo, uma semana depois de receber apoio dos prefeitos de Morros, Paraíba; de Presidente Juscelino, Dr. Paulo; de Cachoeira Grande, Cesar Castro; e Araguanã, Flavio, ambos do PL.
A situação acaba levando insegurança à candidatura do próprio Brandão e revela contradição com pesquisas que mostram sua liderança. Ora, se Flávio Dino recebe apoio dos adversários, acaba deixando o aliado isolado na disputa, pois não tem sentido alguém apoiar Flávio Dino, rejeitando Brandão. Afinal de contas, não custa questionar: Quem elege o senador é o governador e não ao contrário.
Pare por um instante e pense nisso. A chapa governador-senador é conjunta. Sendo assim, Flávio Dino acaba deixando Brandão sozinho, dando a entender que ninguém o está seguindo. E se ninguém o está seguindo, o socialista não está realmente liderando a disputa para governador.
Que tipo de líder é Flavio Dino que deixaria o aliado para trás? Um líder ineficaz. Um líder inseguro. Um líder disfuncional. Liderar com eficácia é elevar as pessoas a uma posição melhor, e não elevar a si mesmo. Como líder, o ex-governador trabalha pensando apenas nele e deixa o aliado isolado.
A situação acaba demonstrando que a articulação da oposição em favor de Roberto Rocha, levou o ex-governador a adotar uma espécie de ‘jogo duplo’, estrategia adotada em 2006, pelo ex-governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz, que ficou conhecida como ‘solução José Arruda’.
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