No dia 18 de fevereiro do ano passado, o blog fez um preocupante prenúncio com a chegada do jornalista Ricardo Cappelli para comandar a Secretaria de Comunicação do Estado (Secom), destacando que ele poderia colocar em risco o projeto político de poder do governador Flávio Dino para 2022.
Na época, pontuei que se não abrir os olhos e modificar a política de comunicação, a cúpula governista, humilhada com o projeto Rubens Júnior em 2020, poderia passar pelo mesmo constrangimento no pleito deste ano.
Infelizmente, tal prognóstico começa se confirmar antes mesmo da disputa de outubro. Cappelli, que é apontado como pivô das principais crises envolvendo o entorno do Palácio dos Leões, estaria atuando mais como militante estudantil do que como secretário, responsável em cuidar da imagem do assessorado.
Desde que chegou ao Maranhão ele fez exatamente ao contrário e passou a adotar uma política de comunicação que não combina com política partidária. Por conta disso, por exemplo, provocou o rompimento do deputado federal Josimar (PL) com o governador Flávio Dino.
Em seguida, teria trabalhado nos bastidores, para desgastar a imagem do parlamentar junto à imprensa nacional, atuando com suposta ‘plantação’ de matérias contra o presidente regional do PL.
Não satisfeito, o titular da Secom também se envolveu em polêmicas com outros integrantes da base governista e começou a atuar como espécie de “Bombeiro” que usa gasolina para “apagar fogo” ao ponto de criar situações constrangedoras, principalmente, aos aliados do senador Weverton Rocha (PDT), que teria virado alvo da vez.
Na mais recente crise, acabou sendo “enquadrado” pelo deputado federal André Fufuca (PP), depois de uma crítica do secretário ao senador Ciro Nogueira, presidente nacional do PP, afirmando que o congressista constantemente muda o seu posicionamento político para apoiar sempre quem está no poder.
No entanto, o deputado maranhense lembrou Cappelli que o PCdoB já fez parte da base do governo Roseana nos anos 90 e, pouco tempo depois, mudou o seu posicionamento, afirmando que a gestão da filha de José Sarney foi a “pior desgraça do Maranhão”. Diante dessa invertida, restou a Cappelli, uma espécie de elefante em loja de porcelana no que se refere à articulação política, silenciar.
Na noite de ontem, uma imagem capturada na coletiva do vice-governador Carlos Brandão (PSDB), no Hotel Luzeiros, resume bem essa situação: Isolado, o titular da Secom ficou fora do registro fotográfico oficial com os aliados do tucano e acabou passando vergonha diante dos olhares de vários jornalistas e lideranças políticas que estavam no recinto.
Até aqui, a atuação do secretário só atrapalhou. Quando ele assumiu a pasta, Flávio Dino estava acima dos 50% de intenções para o Senado. Um ano depois, o governador despencou para menos de 40%, passou a ser rejeitado pela maioria do eleitorado maranhense, e acabou perdendo aliados importantes, levando a cúpula dos Leões a ligar o sinal de alerta.
Os problemas se agravam ainda mais, pois o socialista tem menos de dois meses no cargo para reverter a situação, algo considerado praticamente impossível, quando se tem quem vive jogando contra e não à favor do projeto de poder pensado para durar pelo menos 40 anos.
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