A informação publicada pela imprensa, nesta quinta-feira (17), de que o senador Roberto Rocha estaria trabalhando, em Brasília, para assumir o comando do diretório estadual do PL para ser candidato ao Governo do Maranhão, causou revolta no grupo liderado pelo deputado federal Josimar, que é atual presidente da legenda.

Desde o mês de novembro do ano passado, o senador vem se articulando para que o presidente da República, Jair Bolsonaro, possa convencer o presidente nacional do PL, Waldemar da Costa Neto, a substituir o deputado federal como presidente da sigla no estado, conforme noticiou à época a CNN Brasil.

O problema, entretanto, é que se o cenário se confirmar, o partido — que foi o segundo mais votado nas eleições de 2020 no estado — pode acabar “esvaziado” em 100% atingindo, inclusive, deputados federais e estaduais; prefeitos, vices, vereadores e vários candidatos que ficaram em 2º lugar na disputa pelas prefeituras.

Só a título de comparação em termos de força política, na última disputa municipal, o senador era presidente do PSDB, mas elegeu apenas 4 prefeitos na legenda tucana. Já o deputado federal colocou o PL no 2º lugar no pleito eleitoral com 39 prefeitos eleitos e quase meio milhão de votos no estado.

No comando do PL, Josimar dobrou em 10 vezes a quantidade de prefeitos que Roberto Rocha elegeu em 2020 quando ainda era presidente do PSDB (Foto: Reprodução)

Candidato de si

Temendo enfraquecer o partido, a direção nacional resiste à troca de comando no Maranhão. Roberto Rocha sonha com a sucessão estadual, mas a falta de grupo político no estado atrapalharia uma eventual campanha majoritária. Ele é o que pode ser chamado de “candidato de si mesmo”. Ou seja, um delírio, longe de sua realidade.

Sem partido, Rocha tem buscado sem sucesso uma legenda. No entanto, ele ainda não desistiu de ficar com o PL no Maranhão, mas Valdemar Costa Neto, vem resistindo.

Segundo fontes ouvidas pela reportagem, Costa Neto tem respondido que Josimar deverá fazer cinco ou seis deputados federais e, por isso, não arriscará colocando Roberto no comando da legenda.

O dirigente nacional afirmou que corre o risco de não ter um senador em 2023 já que as chances de reeleição de Roberto Rocha são mínimas. Além disso, destacou que não teria os deputados federais que são dados como certos pelo PL no Maranhão nas eleições deste ano.

Na avaliação do mandatário nacional do PL, se Roberto Rocha conseguisse eleger um, seria muito.

Força do PL com Josimar

Josimar, que é pré-candidato a governador, é apontado como terceira via. Atualmente conta com 56 prefeitos, uma bancada de três deputados federais, quatro estaduais, mais de 40 candidatos a prefeitos que ficaram em 2º lugar e mais de 1 mil vereadores.

Ou seja, diferente de Roberto Rocha, o deputado peelista tem grupo consistente com grande musculatura política. Eis a preocupação do diretório nacional em mudar o comando do partido no estado.

Perguntar não ofende: Afinal, vale à pena trocar 04 deputados federais, 53 prefeitos e mais de 1 mil vereadores por apenas 1 senador sem condições de renovar o mandato ou sem grupo politico para disputar a eleição de governador?

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