O município de Bacabeira, distante 58 km da capital São Luís, vem recebendo mais atenção de grupos internacionais. Os investidores estrangeiros visitaram o Brasil, na semana passada, para buscar informações sobre a localização do Município, infraestrutura, vocação, mão de obra, entre outros dados que foram levados para serem avaliados como proposta de interesse para futuros empreendimentos.

Localização do município é essencial para escoar produção.

A cidade tem condições naturais favoráveis e possui uma localização estratégica: fica a aproximadamente 50 km de distância da área portuária e a menos de 5 km das ferrovias Carajás e Transnordestina, o que favorece a aquisição dos insumos e o escoamento da produção.

Foram baseadas nessas informações que na tarde do último sábado (19), o prefeito eleito de Santa Rita, Hilton Gonçalo (PCdoB), juntamente com a prefeita eleita de Bacabeira, Fernanda Gonçalo (PMN), receberam uma comitiva de executivos do Irã que demonstra interesse em construir um grande empreendimento no município bacabeirense.

Durante a sua passagem pelo Brasil, os iranianos, ao longo da semana, estiveram com o ministro Marcos Pereira que afirmou na última sexta-feira, no Itamaraty, durante o encerramento da Reunião da Comissão Econômico-Comercial Brasil-Irã, que o comércio entre os dois países deve chegar a US$ 5 bilhões nos próximos anos.

Ferrovias que cortam o município favorecem a aquisição dos insumos e o escoamento da produção.

“Nos dez primeiros meses de 2016, Brasil e Irã já realizaram trocas no total de US$ 1,94 bilhão de dólares. Essa cifra supera com folga todo o montante comercializado em 2015, que foi de US$ 1,67 bilhão. Para os próximos anos esperamos superar o valor de US$ 5 bilhões de corrente de comércio”, disse o ministro.

Além do Irã, outros dois países demonstram interesse em investir no município maranhense de Bacabeira: China e Índia. Os chineses planejam construir uma siderúrgica a gás e os indianos uma indústria petroquímica.

Segundo o secretário de Desenvolvimento, Indústria e Comércio do Maranhão, Simplício Araújo, o projeto envolve uma usina siderúrgica que produzirá fio máquina numa primeira fase e vergalhões, numa segunda, com investimento total de 8 bilhões de dólares.

Prefeitos das duas cidades recebem investidores estrangeiros.

“O investimento da primeira fase (da usina siderúrgica) seria de US$ 3,5 bilhões e o da segunda etapa outros US$ 4,5 bilhões, quando a usina chegaria a uma capacidade de cerca de 10 milhões de toneladas por ano”, disse Araújo afirmando ainda que a primeira fase teria capacidade para 3 milhões de toneladas anuais.

Araújo diz que o compromisso do Estado com o projeto da China Brazil Xinnenghuan International Investment (CBSteel) inclui o terreno do empreendimento [o mesmo onde seria construído a refinaria da Petrobras], de 2 mil hectares, e 95% de isenção de ICMS por 10 anos que poderão ser renovados por mais 10.

No caso do empreendimento indiano, o governo daquele país, deu essa semana mais uma clara demonstração do interesse em investir na construção de um pólo petroquímico no município. O empreendimento que será construído em Bacabeira seria semelhante a maior refinaria da Nigéria situada numa superfície de 2600 hectares de terra e que iniciou sua construção em 2014 e será inaugurada em 2018.

No caso do Irã, segundo o caderno de Economia do jornal O Povo, o objetivo deles seria de trazer para o Brasil o óleo para refiná-lo na região Nordeste e, assim, vender os produtos derivados no mercado brasileiro. Todavia, não foi revelado se os preços controlados dos combustíveis poderiam ser um empecilho.

E MAIS:
Além das rodovias, cortam ainda o município de Bacabeira, as ferrovias Estrada de Ferro Carajás, que liga a mina de Carajás no estado do Pará ao Complexo Portuário Ponta da Madeira, da Vale em São Luís, além da Ferrovia Transnordestina que conecta inicialmente a região do Distrito Industrial de São Luís à capital piauiense.