Um dia após a maré alta provocar destruição em pontos da orla da Ilha de São Luís (MA), um motorista quase é vítima do precipício criado pela erosão na praia de Ponta d’Areia, uma das mais populares da Região Metropolitana. O carro amanheceu a terça-feira (1º) com duas das rodas à beira do abismo.
O motorista, que não quis gravar entrevista ou ser identificado, contou somente que tentava fazer o retorno da avenida dos Holandeses pela rua São Marcos – que dá acesso à Península da Ponta d’Areia – e não percebeu que o recuo havia diminuído. Até a publicação da reportagem, ele aguardava um reboque para fazer a retirada do veículo do local.
Nessa segunda-feira (31), a maré alta destruiu o calçamento e derrubou um poste de iluminação pública e um equipamento do Sistema de Videomonitoramento da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP-MA), retirado do local.
A destruição foi provocada por um fenômeno conhecido como maré de sizígia – quando Sol e Lua estão alinhados em relação à Terra e a atração gravitacional entre esses dois astros se soma, criando marés mais fortes –, combinados aos ventos deste período do ano, segundo os especialistas.
Nesta terça-feira, segundo a Marinha do Brasil, a maré alta deve alcançar os 6,6 metros às 8h30. À noite, às 20h53, a preamar se repete, mas alcança os 6,4 metros.
Destruição
Na Ponta d’Areia, o temor é pela destruição de quiosques, como o de dona Francisca Barbosa, que acredita que o processo já começou. “A maré vai cavando por baixo”, diz. Frequentadores da área dizem que em setembro, a maré fica ainda mais forte.
Na segunda-feira, o fenômeno da maré de sizígia criou, também, uma paisagem incomum para os moradores do município de Raposa, na Região Metropolitana de São Luís. O cais da cidade, reformado e urbanizado recentemente, foi tomado pela água do mar. A água invadiu alguns pontos da cidade, entrando em residências e estabelecimentos comerciais.