Mais um ataque criminoso a escola foi registrado na manhã desta segunda-feira (3), em São Luís. Com isso, sobe para dez o número de casos de ataques a escolas na Região Metropolitana desde a última quinta-feira (29). Os últimos casos foram registrados na noite do último sábado (1º) e na madrugada de domingo (2).
Por volta das 6h da manhã desta segunda-feira (3), vários criminosos incendiaram a Unidade de Ensino Básica João Lima Sobrinho, localizada no Conjunto Dom Sebastião, no bairro Parque Timbira em São Luís. Um dos suspeitos identificado como Arlisson da Silva Diniz, o Toba do Pocinha, foi preso e levado para a sede da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic).
Graças à ação rápida do Corpo de Bombeiros, as chamas foram controladas e apenas uma sala foi completamente destruída. Em entrevista à rádio Mirante AM, o superintendente da Seic, o delegado Tiago Bardal, informou que os suspeitos de cometerem o incêndio foram avistados, durante a fuga por uma testemunhas, que foi agredida pelos criminosos.
“Durante a fuga, uma testemunha olhou toda a ação. Os criminosos interceptaram a testemunha e agrediu violentamente a vítima, por medo de serem delatadas à polícia. Dessa forma, eles não só responderão pelo crime do incêndio e organização criminosa, mas também por tentativa de homicídio”, afirmou.
Por telefone o delegado Rondinelly Araújo, delegado responsável pela área, informou que os outros suspeitos já foram identificados. “Nós já identificamos os outros suspeitos do crime. Temos guarnições policiais fazendo diligências para tentar encontrar esses envolvidos”, afirmou.
Das 10 escolas atacadas, seis hospedam seções eleitorais. São elas, Escola Municipal de Ensino Fundamental Darcy Ribeiro, UEB Carlos Saad, Escola Municipal Maria de Lourdes Oliveira, UEB Ensino Fundamental Ana Lúcia Chaves Fecury, Escola Municipal Nice Lobão, Unidade Integrada Governador Archer. UEB Tiradentes, UEB Vila São José.
Dias de terror
Os últimos dias foram marcados por diversos ataques criminosos na Região Metropolitana. Nessa sexta-feira (30), o primeiro registro de ônibus incendiado ocorreu no Porto do Mocajituba, no município de Paço do Lumiar, que faz parte da Região Metropolitana. Bandidos interceptaram o veículo próximo ao ponto final da linha e atearam fogo. Ainda houve registros de ataques a ônibus no Parque Jair, Turu, na Praça do Bacanga.
Além dos ônibus do transporte público, um carro prestador de serviço de telefonia também foi incendiado no bairro da Vila Embratel; um ônibus da empresa Prime Plus, na Vila Ariri; um rolo compressor da Prefeitura de São Luís, na Avenida da Saudade, na Vila Cascavel; e um ataque a uma agência bancária no bairro do Anil.
Presídios federais
Vinte e três detentos apontados pelo Governo do Maranhão como chefes da facção criminosa que reivindica os ataques que vêm atingindo São Luís desde a quinta-feira (29) serão transferidos para a penitenciária federal em Catanduva, Mossoró e Acre, onde cumprirão pena em regime isolado.
Até o momento, 65 pessoas foram identificadas e responsabilizadas pelos ataques. Hoje, foram 11 tentativas e seis ocorrências consumadas – carros e ônibus – e dois ataques a prédios públicos – a escola Rubem Almeida, no Coroadinho, e o Cras no bairro Nova Terra, segundo informou o Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP).
Onda de ataques
Os ataques começaram na última quinta (29) quando quatro ônibus do transporte público foram incendiados em São Luís. De quinta (29) até a noite desta sexta-feira (30), 17 ônibus foram queimados. Em São Luís, os bandidos também atacaram um caminhão de lixo e um carro da companhia energética. Duas agências bancárias foram atingidas por vários tiros.
Os criminosos ainda tocaram fogo em duas escolas que seriam locais de votação no domingo (2). As seções tiveram de ser transferidas de lugar. Não sobrou quase nada das salas de aula. Centro de Referencia de Assistência Social (Cras) no bairro Nova Terra, também foi alvo dos criminosos.
Atrasa distribuição de urnas
Por causa dessa sequência de ataques, a Justiça Eleitoral decidiu adiar a distribuição das urnas eletrônicas, que seria feita nesta sexta, nos 259 locais de votação de São Luís. A distribuição das urnas vai ser feita somente no sábado (1º), com escolta policial.
Os caminhões dos Correios já estavam até carregados com os equipamentos, mas não foram liberados. Segundo a polícia, a ordem para os ataques partiu de grupos criminosos que atuam dentro e fora das penitenciárias do estado. Eles estariam reivindicando melhorias no sistema carcerário.
Veja a nota do governo do Estado:
O Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), reitera o trabalho ininterrupto que tem realizado para conter a ação criminosa, responsável por diversos ataques a ônibus, carros e prédios públicos na região metropolitana de São Luís. Até o momento, 65 pessoas foram identificadas e responsabilizadas pelos ataques. Hoje, foram registradas 10 ocorrências: cinco ataques a prédios públicos – a escola Roseana Sarney, na Vila Roseana Sarney; a U.E.B Tiradentes, na Vila Maranhão; a escola Ana Lúcia Mauro Fecury, no São Bernardo; o Colégio Maria de Lourdes, em São José de Ribamar; e a U.E.B Vila São José, na Vila São José/Maiobão –, dois ataques a ônibus na Vila Ariri e na Vila Izabel Cafeteira, além do ataque à empresa ICOMIZA no Distrito Industrial, a uma máquina da Prefeitura no bairro Santa Bárbara, e da tentativa de assalto à empresa Guanabara, na BR 135.
As operações realizadas pelas Polícias Civil e Militar culminaram com a prisão de 14 envolvidos ontem, que foram autuados e encaminhados ao Complexo de Pedrinhas; e mais 16 adolescentes, que cumprem regime de internação. Além disso, a ‘Operação Resposta’ realizada nesta sexta-feira (30) no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, confirmou 35 detentos como mandantes dos ataques, 23 deles foram transferidos para penitenciárias federais na manhã deste sábado (1º).
Tropas federais serão enviadas para o Maranhão, a pedido do governador, para juntar-se aos 7.500 homens que atuarão nos próximos dias para impedir que facções criminosas tentem tumultuar as eleições. As Polícias Civil e Militar permanecem nas ruas por tempo indeterminado para assegurar que todos os suspeitos sejam presos e punidos no rigor na lei. Além disso, homens das Forças Armadas já iniciam o reforço ao trabalho das Forças Policiais do Maranhão neste sábado (1º).
A SSP orienta que os cidadãos repassem informações que ajudem a polícia no combate ao crime por meio do número do aplicativo Whatsapp (98) 9.9163.4899 e pelo aplicativo “Byzu”, compatível com todos os sistemas operacionais.