Apoiadores da criação do Maranhão do Sul acreditam que, separados, concentrarão mais riquezas; levantamento aponta, contudo, que arrecadação do “sul” representa apenas 20% do total dos municípios do estado
De O Estado
A apresentação de um projeto de decreto legislativo pelo senador tocantinense Siqueira Campos, do DEM, propondo a realização, pelo Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE-MA), de um plebiscito para que os maranhenses decidam sobre a separação do Maranhão, reacendeu o debate sobre a criação do Estado do Maranhão do Sul.
O Projeto de Decreto Legislativo nº 509/2019 atualmente tramita na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado e aguarda parecer do relator, senador Roberto Rocha (PSDB).
A proposta encontra amplo apoio, principalmente, entre os moradores dos 49 municípios que seriam desmembrados do Maranhão, e formariam a nova Unidade da Federação.
O principal argumento: o sul do Maranhão é mais rico – principalmente por conta da produção agrícola, puxada pela produção de soja – e se desenvolveria mais se não estivesse atrelado ao norte.
Dados de um levantamento realizado pela assessoria do deputado estadual Yglésio Moyses (PDT) a que O Estado obteve acesso, contudo, lançam nova luz sobre o tema, e contestam o paradigma de que o sul é mais rico que o norte maranhense.
A pesquisa feita pelo corpo técnico do gabinete do pedetista levou em conta o total de arrecadação dos 217 municípios maranhenses no mês de julho de 2019. E os compilou por região, entre os 49 do sul e os 168 do norte.
O resultado é que, nesse mês, os municípios do “Maranhão do Sul” teriam arrecadado apenas 20,3% do total. Os outros 79,7% estariam nos municípios do “Maranhão do Norte”.
Em números absolutos, o sul maranhense arrecadou, em julho de 2019, R$ 4,3 bilhões – sendo R$ 38,9 milhões de ICMS. No norte, por outro lado, a total de receitas no mesmo mês chegou a R$ 15,4 bilhões, R$ 380 milhões dos quais oriundos da arrecadação de ICMS. A capital, São Luís é a campeã da arrecadação desse tributo: R$ 331 milhões