O líder do governo na Assembleia Legislativa e deputado Rogério Cafeteira (PSC) usou a tribuna nesta quarta-feira (1º), para criticar a nota de esclarecimento do ex-secretário de Saúde, Ricardo Murad, sobre obra fantasma do hospital de Rosário.
Ao ler a nota, Rogério destacou o que Ricardo Murad apontou justificativas de pagamentos para algumas etapas da obra. O parlamentar seguiu lendo o documento onde relata-se que foram realizadas quatro medições na obra do Hospital Regional de Rosário que resultaram no pagamento total de quatro milhões, oitocentos e cinquenta e seis mil, seiscentos e noventa e seis reais e dez centavos (R$ 4.856.696,10), em valores totais faturados em dois grupos de serviços, cuja efetiva execução pode ser facilmente comprovada numa simples visita à obra e aos registros da Secretaria de Estado de Saúde.
Ele lembrou que em fotos estampadas em vários veículos da imprensa local não é possível ver qualquer vestígio de início de obras e fala ainda que dentre tantas falhas, houve uma escolha inadequada do terreno para a obra, já que houve a execução de 109.606 metros cúbicos de aterro compactados, inclusive escavações em jazidas. E falou ainda ser um absurdo o pagamento de R$ 5,3 milhões apenas em aterro e terraplanagem.
Rogério Cafeteira disse também que a obra não foi paralisada em janeiro deste ano, conforme indica a nota, mas sim, em outubro de 2014, ainda no governo no qual Ricardo Murad era secretário e responsável pela obra.
“Infelizmente, se constata hoje que foram feitos não apenas esse pagamento da Secretaria de Saúde, mas vários outros. Para ter uma ideia, o BNDES cobrava pagamentos irregulares do governo, que só agora conseguiu contornar essa situação com R$ 243 milhões em pagamentos irregulares”, ressaltou.
Para finalizar, o deputado pontuou que quando Ricardo Murad mencionou a gerenciadora do BNDES, não era ela que fazia a fiscalização nas obras dos hospitais da Secretaria de Saúde, e sim a Proeng. E realçou ainda um agravante, pois o ex-secretário foi avisado pela gerenciadora que o pagamento não seria homologado pelo BNDES, mas, ainda assim, foi feito o pagamento absurdo para Iris Engenharia.
“Então, senhoras deputadas e senhores deputados, não apenas a declaração não condiz com a verdade, e nós temos que avançar para que fique bem claro, não foi só a obra do hospital de Rosário que paralisou no ano passado e todas que foram paralisadas estão voltando agora devido à irregularidade no processamento do contrato junto ao BNDES. Pagamentos irregulares fizeram com que todas as obras no Estado do Maranhão, cuja fonte de pagamento era o financiamento do BNDES, fossem paralisadas desde ano passado”.