O Maranhão terá uma disputa diferente por duas vagas para o Senado em 2018. Diferente, por causa do número de nomes tidos como fortes candidatos. Diferente, porque pode marcar uma mudança na relação de forças políticas no Estado.
No entanto, de todos os pré-candidatos que já demonstraram desejo em concorrer à Câmara Alta, um tem motivos de sobras para disputar uma das duas cadeiras de senadores. Trata-se do ex-governador José Reinaldo Tavares. O desejo de Tavares pelo Senado surgiu quando ele ainda era governador, em 2004.
Na época, o então chefe do executivo estadual tentou aprovar no Senado, um empréstimo de US$ 30 milhões junto ao Banco Mundial (Bird) para financiamento das obras do II Projeto de Combate à Pobreza Rural no Estado. Tavares fez de tudo para tentar convencer os senadores a voltarem atrás nas emendas à mensagem que liberava o financiamento da urgência.
Ele acusava, na época, o ex-senador José Sarney e seus aliados de tentar barrar a aprovação da mensagem autorizativa ao empréstimo para prejudicá-lo politicamente. Em 2005, esteve pessoalmente em Brasília lutando para garantir a votação do financiamento. Depois de muita articulação, conseguiu convencer os senadores João Capiberibe, Heloísa Helena, Luiz Otávio e Osmar Dias — a desbloquear o projeto, conseguindo finalmente a aprovação do Senado.
Os senadores do Maranhão, naquele período, sob o comando de José Sarney – eleito pelo Amapá, dificultavam a liberação do empréstimo e, naquele momento, Tavares teve a dimensão da importância do cargo de senador, quando foi ajudado por parlamentares de outros estados.
Por falta de empenho dos senadores maranhenses, Zé Reinaldo teve que recorrer a representantes de outros estados para poder aprovar recursos que visavam combater a pobreza no estado durante o seu governo. Ele, portanto, é o único dos pré-candidatos ao Senado com motivos de sobra para querer representar os interesses do Maranhão na Câmara Alta.