A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) teve uma discussão, ontem (27), com o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) durante a sessão de instalação da CPI da Pandemia, no Senado.
Em sua fala inicial, a parlamentar maranhense reclamou da ausência de mulheres na Comissão Parlamentar de Inquérito. “Quero deixar aqui o registro da minha tristeza. Nós evoluímos enquanto mulher, estamos evoluindo muito, inclusive aqui no Senado Federal, quando nós temos, por exemplo, uma representação no Colégio de Líderes, quando nós temos uma atuação importante, inclusive colocado na Ordem do Dia os temas atinentes a causa feminina do Brasil. Mas, infelizmente, nesta comissão, nós não temos a participação feminina. Quero deixar aqui esse registro”, disse Gama.
Instantes depois, o filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) também mencionou o fato, mas aparentemente sem ter-se atentado justamente para a reclamação da senadora maranhense.
“Em primeiro lugar eu acho que as mulheres já foram mais respeitadas e mais indignadas. Estão fora da CPI e não fazem questão de estar nela. Se conformam em acompanhar os trabalhos à distância”, afirmou.
Eliziane, então, partiu pra cima do que considerou uma “ironia machista” de Flávio Bolsonaro.
“Chegar empurrando a porta, batendo o pé na porta, gritando, não é a única forma de se indignar. As mulheres têm, aliás, com muita eficiência, se indignado, inclusive agora, em relação a essa inação do governo federal em relação à pandemia. E o que nós queremos, aqui nesta comissão, independentemente de se é homem, ou se é mulher, é trazer à tona a verdade. E quero dizer que eu, Eliziane Gama, e nenhuma das senadoras vai admitir ironia machista em relação às mulheres. Nós estamos aqui, vamos participar ativamente, e teremos o nosso protagonismo nesta Casa. Nós usamos o argumento da autoridade, nós usamos a autoridade do argumento. Nenhum homem, nem aqui, nem em lugar algum, enquanto houver as mulheres presentes, que, aliás, são a maioria da população brasileira, vai tentar calar a voz de uma mulher. Não admito isso, senador Flávio, questionar a nossa indignação. Nós nos indignamos diante de todos os fatos que estão postos na sociedade brasileira, e eu, como mulher, não aceito isso de Vossa Excelência, e de nenhum outro senador aqui no Senado Federal, que fique isso aqui registrado”, rebateu.
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