Foi enterrado nesta segunda-feira (15), em São Luís, o corpo do escritor maranhense Jomar Moraes que morreu no domingo (14), na capital, vítima de um mal súbito. Jomar estava sendo velado no salão da Academia Maranhense de Letras (AML).

A filha do escritor maranhense, Júlia Mores, disse que a morte de Jomar Moares pegou familiares e amigos de surpresa. Ela revela que ele já não vinha bem há alguns anos, mas, sempre determinado, lutava pela vida com bravura.

“Na verdade ele adoeceu já tem 10 anos quando ele teve um AVC e de lá para cá foi uma batalha muito intensa para mantê-lo bem, mas foram anos muito felizes porque nós estivemos muito juntos, muito próximos e nos últimos meses, a partir de fevereiro, ele teve um agravamento na sua condição de saúde. Teve um agravamento da parte renal e isso levou ele a fazer hemodiálise. Para ele era uma tortura, um sofrimento muito grande. De forma que eu acho que ele ficou mais em paz, sem tanto sofrimento. Porque meu pai era um homem livre para uma máquina de escrever e não para ser preso em uma máquina de diálise. Para ele era muito difícil”, desabafou Júlia Mores.

Jomar Moraes tinha 76 anos e nasceu no município de Guimarães, situado na Baixada Maranhense. Ele escreveu ensaios, crônicas, contos, críticas. Além disso, o escritor também lançou livros, editou e reeditou várias outras publicações.

O escritor maranhense foi Bacharel em Direito, especialista em Comunicação Social e mestre em História. Considerado um dos mais importantes escritores contemporâneos, Jomar foi presidente da Academia Maranhense de Letras (AML) por 11 mandatos seguidos e contribuiu com a pesquisa de muitos escritores ao longo dos anos.

Jomar era proprietário de uma das maiores bibliotecas particulares do Brasil e com um acervo de cerca de 30 mil volumes. Tudo doado ainda em vida à Universidade Federal doMaranhão (UFMA).

O presidente da AML, Benedito Buzar, pontuou que o escritor morto deixará uma lacuna na literatura do Estado. “Jomar prestigiou os novos escritores. Ele reeditou obras que já estavam esgotadas, lançou livros novos, produziu coisas, sobretudo, na parte de história de literatura. Jomar realmente foi uma pessoa incansável e que vai deixar uma lacuna terrível aqui para nós”, finalizou.

Jomar Moraes era proprietário de uma das maiores bibliotecas particulares do Brasil (Foto: Reprodução/TV Mirante)