O vereador Fábio Câmara (PMDB) visitou nesta sexta-feira (16), egressos da Colônia São José do Bonfim, localizada no bairro da Vila Nova, em São Luís. O objetivo foi levar solidariedade para as famílias do local, com a entrega de cestas básicas. Cerca de 50 famílias da comunidade foram atendidas.
Ao chegar à colônia, Fábio foi recebido pelo padre Bráulio Sousa Aires, pároco da paróquia de São José do Bomfim, pelo líder comunitário Raimundinho e por moradores da comunidade como dona Domingas Borges.
Durante a visita, o líder comunitário Raimundinho, que vive na localidade, relatou a importância da presença do parlamentar peemedebista, já que pouquíssimos políticos visitam a localidade. Ele destacou uma série de reivindicações envolvendo a colônia.
Os problemas não são poucos, como aponta Raimundinho. Entre outros, falta de infraestrutura e os constantes problemas de invasão são ocasionados por falta de um muro.
– Cobramos do governo do estado à construção de muros para impedir que a área seja invadida por sem-teto. Além disso, pedimos a melhoria da infraestrutura e manutenção do espaço – relatou o líder comunitário afirmando, inclusive, que em alguns casos, os moradores tiram dinheiro do próprio bolso para consertar quartos, banheiros e cozinhas.
Atualmente moram na colônia, egressos já curados, familiares e ex-funcionários já aposentados que habitam nas 30 casas e chegam a cerca de 100 pessoas. Isto além dos pacientes tratados ambulatorialmente na Unidade de Apoio Hospital Aquiles Lisboa que está instalado na localidade.
O padre Bráulio que é sempre solidário aproveitou a oportunidade para agradecer ao vereador pelo apoio que sempre deu ao grupo de jovens da igreja.
– O vereador [Fábio Câmara] é sempre muito solícito quando se trata da Colônia São José do Bonfim. Sempre que pode, nos prestigia com uma visita e também sempre nos apoia. Foi graças a ele que conseguimos o teclado musical para o grupo de jovens da igreja – declarou o religioso.
Fábio Câmara lamentou o descaso com egressos e afirmou que o Estado tem uma dívida social com os moradores da colônia.
– É lamentável o descaso do governo estadual com essas pessoas. O estado tem uma dívida social com os moradores desta colônia. Há direitos e deveres para esses moradores e tudo deve ser respeitado – afirma.
LOCAL ESCONDE RIQUEZAS
A Colônia do Bonfim é um antigo hospital, estilo colônia, localizado na capital maranhense. Hoje, é mais conhecido com Hospital Aquiles Lisboa, especializado no tratamento dos portadores de hanseníase.
Dizem os mais antigos que esse nome veio como reverência ao Nosso Senhor do Bom Fim, outros já dizem que era porque as pessoas eram internadas lá para ter um bom fim de vida. Mas na verdade, deve-se ao Cabo do Bomfim.
Segundo historiadores, a verdadeira origem do nome Colônia do Bonfim é porque ela foi construída para “abrigar leprosos”, na Ponta do Bonfim, sendo separada do centro da cidade pelo rio Bacanga.
O local foi escolhido exatamente por ser bem afastado e de difícil acesso, pois antes a única forma de transporte era pelo mar. Assim, tornou-se ideal para o isolamento de “leprosos” como forma de afastá-los definitivamente do convívio social.
O senhor Flávio Serafim Lisboa, de 69 anos, conhece bem o magnífico lugar. Sorridente e muito comunicativo, ele conseguiu venceu a doença. Ele conta que chegou à Colônia do Bonfim no dia 21 de março de 1962, com 16 anos, quando saiu da cidade de Anajatuba, no interior do Maranhão e aqui formou sua família com 14 filhos.
O Sanatório funcionava como uma cidade isolada, onde moravam centenas de pessoas. Uma das riquezas escondidas no local é a praia do Bonfim.
A área também tem uma vista magnifica do litoral da capital maranhense.