A greve dos bancários no Maranhão completa um mês nesta quarta-feira (5) e segue sem previsão de término. Na capital, 100% das agências de bancos públicos aderiram à greve. Nos bancos privados, a paralisação é parcial. A categoria paralisou as atividades no último dia 6 de setembro com uma mobilização na Praça Deodoro, Centro da capital maranhense. Eles reivindicam reajuste salarial e maior participação nos lucros da instituição.
O que se comenta nas agências bancárias é que, mesmo com alguns serviços sendo oferecidos em caixas eletrônicos, as operações são ineficientes. Quem confirma isso é a funcionária pública Luzia Rocha. Além da dificuldade em resolver pendências, ela reclama da grande quantidade de pessoas usando os terminais.
“Eu até consigo resolver meus problemas, mas tem uns horários que é praticamente impossível. O ruim é que fica muito congestionado aqui dentro. Para sacar o dinheiro é uma luta muito grande, e fora que os serviços não são tão eficientes”, relatou.
O trabalhador autônomo José Laurindo conta que acha legítimo o movimento grevista, mas apela para que a população não sofra consequências. “Eu acho bom eles se manifestarem, é um direito, mas fica claro que quem sofre as consequências é a população, que não tem nada a ver com isso. Se pelo menos os caixas eletrônicos funcionassem normalmente, mas nem isso acontece”, queixou-se.
O Sindicato dos Bancários do Maranhão (SEEB-MA) informou ao G1 que reuniões são feitas diariamente pelo comanda de greve para avaliar o movimento. Segundo o presidente do SEEB-MA, Eloy Natan, uma reunião de negociação foi solicitada pela Federação Nacional de Bancos (Fenaban) e será realizada na tarde desta quarta-feira.
“Hoje teremos uma reunião com a Fenaban para discutirmos as propostas. Vamos avaliar com o comando e discutir sobre o futuro da greve. Até agora, a greve continua sem previsão de término”, declarou.
Reivindicações
De acordo com o Seeb-MA, a proposta apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) – braço sindical da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) – foi rebaixada para 6,5%, o que é considerado abaixo do índice de inflação do período estipulada em 9,31% pela categoria. Além do Seeb-MA, sindicatos do Rio Grande do Norte e de Bauru reivindicam juntos reajuste de 28,33%, Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de 25% do lucro líquido linear, isonomia e a reposição das perdas salariais acumuladas.
Segundo o Seeb-MA, em rodada de negociação realizada no dia 29 de agosto, em São Paulo, a Fenaban apresentou a proposta rebaixada, com o reajuste, o salário de ingresso de caixa e tesoureiro passaria de R$ 1.802,48 para R$ 1.919,64 e o auxílio-refeição de R$ 29,64 para R$ 31,57, segundo o sindicato.
Greve em 2015
A última paralisação dos bancários ocorreu em outubro de 2015, com duração de 21 dias. À época, a maioria da categoria aceitou a proposta apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) de reajuste salarial de 10%, aplicáveis aos salários, benefícios e participação nos lucros, além de correção de 14% no vale-refeição e no vale-alimentação.