O presidente do Grupo Mateus, empresário Ilson Mateus, negou hoje, em entrevista coletiva, que receba qualquer benefício exclusivo do Governo do Maranhão em suas operações, disse que é vítima de “desinformação” e pediu apoio da imprensa para divulgar dados corretos sobre o caso.
“Estou pagando muito caro por uma desinformação. Eu não mereço isso. Nós trabalhamos de sol a sol aqui, eu queria o apoio de vocês. Nós precisamos nos juntar. Não façam isso comigo. Eu quero o mesmo que vocês querem: um estado melhor, com mais emprego”, disse.
O empresário decidiu conceder a entrevista depois de viralizar um vídeo sobre a quase falência dos Supermercados Maciel. Segundo a versão que ganhou corpo, a crise dos concorrentes se daria em virtude de incentivos exclusivos concedidos pela gestão estadual ao Mateus.
O presidente do Grupo Mateus garante que não. De acordo com Ilson Mateus, ele ainda não se credenciou como Centro de Distribuição – o que já é permitido desde a aprovação da Lei 10.576/2017 – e segue credenciado como atacadista, assim como outros 104 empresas do Maranhão, todos com a possibilidade de pagar 2% de ICMS ao vender produtos para pessoas jurídicas – a alíquota é mantida para até 30% das vendas a pessoas físicas.
Mateus destacou, ainda, que o próprio Maciel também era credenciado com atacadista e tinha o mesmo benefício fiscal, até maio de 2018, quando deixou a lista por não atender as regras do Decreto 31.287/2015.
“Eu não quero nenhuma vantagem a mais do que ninguém”, completou. E lamentou a repercussão do caso. Segundo o empresário, concorrentes nacionais dele estão tirando proveito da situação.
“Isso abala a credibilidade. Fornecedores meus estão ligando, querendo saber o que houve. Investidores também dicam preocupados. Quem vai perder é o Maranhão”, ressaltou.
Concorrentes são outros
Durante a coletiva, Ilson Mateus acrescentou que não vê monopólio na sua atividade e disse que se prepara para a entrada de concorrentes maiores no Maranhão nos próximos anos. O empresário cita nominalmente as redes Carrefour, Pão de Açúcar/Assaí e até a chilena Ceconsud.
Sem citar o Maciel, ele apontou que a falência de alguns grupos varejistas, não apenas no Maranhão, mas em todo o país, tem sido comum nos últimos anos por conta da entrada de concorrentes como esses.
“Nós trabalhamos dia e noite aqui. Estamos focados no nosso negócio para manter ele de pé, porque esses caras vão vir e eles não dão moleza”, destacou.
Carone
Mateus também explicou a relação da sua empresa com os antigos supermercados Carone – agora com a bandeira El Camino.
O empresário diz que a nova marca é uma franquia e que, nesse caso, ele atua em parceria com outros varejistas de menor porte.
“Eu não comprei o Carone, eu sou um parceiro do Carone”, diz ele, apontando que, após anos no vermelho, a rede chegou a lucrar mais de R$ 400 mil em dezembro do ano passado após aderir ao seu modelo de negócios.
Negócios
Ao citar um faturamento de R$ 7 bilhões em 2017 – crescimento de 150% em cinco anos, desde 2012 -, Ilson Mateus anunciou que prepara a abertura de capital da empresa, o que deve ocorrer até 2022.