O nome do ex-prefeito de São Luís João Castelo (PSDB), falecido em 2016, aparece em delações da Odebrecht que deram origem à “lista de Fachin”. Segundo delatores, o grupo político tucano se beneficiou de propina com o intuito de obter a liberação de recursos federais utilizados nas obras do Porto do Itaqui, em São Luís.

O nome de Castelo aparece em inquérito autorizado pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). As informações sobre Castelo, passadas pelos delatores da Odebrecht, foram encaminhadas à Justiça de Brasília.

O inquérito 6.713 investiga João Castelo Ribeiro Gonçalves. De acordo com os delatores, Raymundo Santos Filho e João Antônio Pacífico Ferreira, o ex-prefeito da capital recebeu pagamento indevido, com o pretexto de colaboração durante a campanha eleitoral dele. Os delatores acrescentaram que os repasses teriam sido motivados com o intuito de favorecer o Grupo Odebrecht na participação nas obras do Porto do Itaqui, em São Luís, no Maranhão.

O G1 tentou contato com familiares do ex-prefeito João Castelo e também com representantes do PSDB em São Luís, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria.

‘Lista de Fachin’

Ao todo, 201 pedidos de inquérito foram remetidos a instâncias inferiores da Justiça Federal em todo o país. Relator da Lava Jato no Supremo, o ministro Edson Fachin também determinou a abertura de 76 inquéritos contra políticos e autoridades com base nas delações de ex-executivos da Odebrecht, informou a assessoria do STF.

O ministro enviou de volta à PGR outros 11 pedidos de investigação para nova análise. Outros 25 pedidos foram mantidos sob sigilo, por risco de atrapalhar as investigações. Foram arquivados 7 casos envolvendo autoridades, a pedido da PGR, por falta de indícios da ocorrência de crimes.

Em nota referente a todo o conteúdo das delações de ex-diretores da empresa, a Odebrecht disse entender que “é de responsabilidade da Justiça a avaliação de relatos específicos feitos pelos seus executivos e ex-executivos”.

“A empresa colaborou com a Justiça, reconheceu os seus erros, pediu desculpas públicas, assinou um Acordo de Leniência com as autoridades brasileiras e da Suíça e com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, e está comprometida a combater e não tolerar a corrupção em quaisquer de suas formas”, diz o texto.