O empresário maranhense Joseph Madeira, CEO do Grupo Jorima, é um dos investigados na segunda fase da operação Fames-19, deflagrada nesta quarta-feira, 3, pela Polícia Federal, que resultou no afastamento do governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), por seis meses pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Segundo o blog do Isaías Rocha apurou, o empresário que se estabeleceu em Palmas (TO) no início dos anos 90, é proprietário de algumas das empresas implicadas no suposto esquema que foi desbaratado pela Polícia Federal com autorização do ministro Mauro Campbell Marques, do STJ. Eis a íntegra ( PDF – 3 MB).

Propina envolve governador

No inquérito ao qual tivemos acesso, as empresas Sabores Regionais e Delikato Comércio de Alimentos, controladas por Joseph Madeira e sua esposa Adriana Rodrigues Santos, receberam valores que totalizaram R$ 38,2 milhões. De acordo com as investigações, esse valor teria sido usado em um esquema de propina que envolvia o governador, amigo pessoal do empresário com grande influência no governo estadual.

Além de controlar uma série de empresas apontadas nas investigações, Joseph também ocupa a presidência do Sindicato das Empresas de Segurança Privada, de Transporte de Valores, de Cursos de Formação e de Segurança Eletrônica do Estado do Tocantins (SindespTO) e da Associação Comercial de Palmas (Acipa).

O governador nega envolvimento e promete recorrer judicialmente para reassumir o cargo, alegando que o inquérito  ainda está em andamento. A investigação da PF envolve a primeira-dama e indica desvios de mais de R$ 73 milhões através de fraudes em contratos de fornecimento de cestas básicas.

STJ confirma afastamento

Na tarde de hoje, a Corte Especial do STJ, por unanimidade, confirmou a decisão do relator, ministro Mauro Campbell Marques, que determinou o afastamento cautelar do governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, pelo prazo mínimo de 180 dias. A primeira-dama, Karynne Sotero Campos, que é secretária extraordinária de Participações Sociais, também foi afastada.

A investigação apura o desvio de recursos destinados à compra de cestas básicas e frangos congelados durante a pandemia da Covid-19. Entre 2020 e 2021, o governo tocantinense empenhou R$ 97 milhões em contratos, dos quais até R$ 73 milhões podem ter sido desviados, segundo a PF. Os valores teriam financiado empreendimentos de luxo, compra de gado e despesas pessoais.

Quem é o empresário?

Joseph Ribamar Madeira, palestrante, empresário e líder classista. Maranhense de nascimento, ele adotou Palmas no começo dos anos 90, onde consolidou uma trajetória de sucesso, tornando-se um dos mais admirados e bem-sucedidos empresários do Tocantins, conforme biografia publicada pela editora Recanto das Letras.

O empresário nasceu em 15 de novembro de 1966, em Penalva, município da Baixada Maranhense. Raimundo Madeira e Maria das Dores Madeira são seus pais. A terra Natal fica numa região é conhecida como “Pantanal Maranhense” devido à sua beleza cênica e vasta riqueza natural.

Joseph desfrutou pouco das belezas e encantos da Baixada Maranhense, pois sua família se mudou para Santa Inês quando ele tinha 8 anos. Na cidade, localizada no Vale do Pindaré, ele foi criado por seus avós maternos, que lhe imprimiram bons valores e ideais.

Aos 14 anos, o empresário mudou-se para São Luís, passando a morar com sua mãe e irmãs. A nova moradia ficava na periferia, numa região de palafitas. A casa de madeira ficava sobre o mangue, numa área de influência das marés. Não havia qualquer infraestrutura e o cheiro era bem forte. Aquela mudança foi um choque. Em 1989, Joseph passou no vestibular de jornalismo na Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Na década de 90, ele viajou para Imperatriz, maior cidade do sul do Maranhão, com a intenção de comprar uma passagem para Manaus (AM). Contudo, chegando lá, decidiu mudar a rota para Palmas, onde consolidou uma trajetória de sucesso, tornando-se um dos mais admirados e bem-sucedidos empresários daquele estado.

Posição da defesa

Até o fechamento desta publicação, não conseguimos contato com a defesa do empresário. O espaço segue aberto para atualizações.

Clique aqui para ler a decisão

Caut Inom Crim 139

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