O vice-governador Carlos Brandão (PRB), que já tinha o senador Weverton Rocha (PDT) e o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL), como concorrentes internos no grupo na disputa pela sucessão, pode ter ganho mais um: o secretário de Cidades, Márcio Jerry (PCdoB), principal aliado do governador Flávio Dino.
Jerry, que foi o personagem número 1 por trás da vitória de Erlanio Xavier na Famem mudando, inclusive, votos até de prefeitos do PL na Região do Munim, começou a se movimentar como um plano B na disputa pela sucessão estadual de 2022.
Isso ficou claro, por exemplo, em três momentos nestes primeiros vinte dias do ano: na eleição da Câmara de São Luís, onde o PCdoB retirou a candidatura para apoiar o pedetista Osmar Filho, ocupando com isso, a 2ª vice na Mesa Diretora da Casa; na disputa pelo comando da entidade que representa os municípios maranhenses, conforme já foi destacado acima; e na ampliação da bancada da sigla comunista no Legislativo ludovicense, saindo de quatro para seis vereadores e esvaziando justamente duas das principais legendas ligadas a Brandão e Maranhãozinho.
Aliás, a própria nomeação do deputado federal na Secretaria de Estado das Cidades (Secid) – pasta que trabalha diretamente com os municípios, já dava sinais de que o PCdoB tinha o presidente da agremiação partidária como uma espécie de via alternativa que estava engavetada.
Pra completar ainda mais a situação, a guerra surda que vem sendo travada nos bastidores do poder entre o vice-governador e o secretário, como bem destacou hoje o jornalista Marco D’Eça, é mais um sinal claro que tende a ficar mais cristalino na medida em que se aproxima da disputa pela sucessão.
Brandão não esconde a vontade de disputar eleição para o Governo do Estado. No entanto, já há uma possibilidade de que seu nome não seja lançado embora ele bata o pé dizendo que não ficará fora do pleito de daqui a dois anos.
Lideranças acreditam que, caso o vice-governador saia de cena, quem poderia entrar em campo seria mesmo o novo titular da Secid. No entanto, isso só deve ocorrer em duas situações: se Flávio Dino abdicar de disputar algum cargo e permanecer até o final do governo; ou se o chefe do executivo convencer seu vice a assumir vaga de conselheiro do TCE, mas esse é um assunto para a próxima matéria.