Morreu no início da madrugada desta quinta-feira (26) aos 68 anos o engenheiro ambiental, cantor e compositor José de Ribamar Viana, o ‘Papete’. Papete lutava contra um câncer de próstata, diagnosticado este ano. O músico estava internado no Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, e o quadro havia piorado nos últimos dias.
O translado do corpo de Papete para São Luís ocorre ainda nesta quinta-feira, com previsão de chegada à capital maranhense na madrugada desta sexta-feira (27). O velório tem início às 6h, na Casa do Maranhão, região central da cidade; e o corpo de Papete será cremado no fim da tarde.
Pelas redes sociais, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) rendeu homenagens ao artista e destacou o trabalho de Papete. “Minhas homenagens ao querido cantor e compositor maranhense Papete, que nos legou uma grande e imortal obra”, escreveu. Ainda segundo o governador, haverá homenagens nesta sexta-feira e durante os arraiais nos festejos juninos do Maranhão.
Em nota, o governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado da Cultura e Turismo (Sectur), manifestou pesar e se solidarizou com familiares.
Leia, abaixo, a íntegra da nota do governo do Maranhão:
O Governo do Maranhão manifesta pesar e se solidariza com os familiares, amigos e fãs de José de Ribamar Viana, o Papete, falecido na madrugada de hoje (26), aos 68 anos.
Natural de Bacabal, Papete mudou-se para São Paulo ainda jovem, aos 18 anos. Na capital paulista foi consagrado como cantor, percussionista e compositor de reconhecimento nacional e internacional, sem nunca deixar de prestigiar a sua terra natal.
Papete deixa esposa e duas filhas, além de um legado imensurável para a cultura maranhense.
A Prefeitura de São Luís se solidarizou, por meio de nota, com a família do artista e decretou luto oficial de três dias.
Leia, abaixo, a íntegra da nota da Prefeitura de São Luís:
A Prefeitura de São Luís decretou luto oficial de três dias pelo falecimento do cantor, compositor e percussionista José de Ribamar Viana, o Papete, 68 anos, que morreu nesta quinta-feira (26), em São Paulo.
Papete era natural da cidade de Bacabal e marcou época levando a música maranhense para todo país, por meio do disco Bandeira de Aço, em 1978. O cantor foi um dos maiores representantes da música popular maranhense e uma das atrações mais populares da programação dos festejos juninos de São Luís.
O prefeito Edivaldo se solidariza com a família, amigos e admiradores, desejando que Deus conforte os corações, neste momento de dor, transformando-a em fé e esperança.
Outras manifestações
A ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney, lamentou a perda do instrumentalista e reconheceu seu destacado trabalho pela cultura do Maranhão.
“O Brasil perde um grande artista. Músico, percussionista de fama internacional, compositor e intérprete, nos deu grandes canções e tornou inesquecível a festa junina, especialmente aqui no Maranhão. Meu amigo pessoal, hoje é um dia de muita tristeza para mim e para todos que com ele conviveram. Que Deus conforte a família, os amigos, e que Papete siga em paz.”, disse.
Artistas também lamentaram a morte de Papete e renderam homenagens ao artista. Veja, abaixo, algumas delas:
“É com muito pesar que comunico o falecimento do nosso querido amigo, músico (percussão) e compositor, Papete aos 68 anos”
Paulinho Pedra Azul, cantor e compositor mineiro
“Que Deus o tenha e conforte seus familiares, Papete”
César Nascimento, cantor e compositor
“Meu querido amigo, muito obrigado por todos os ensinamentos e pela sua amizade. O São João nunca mais será o mesmo. Grande beijo e descanse em paz”
Carlão, baterista
“Mais um ícone da música popular brasileira, maranhense de Bacabal, nos deixa e torna esta quinta-feira um tanto tristonha. Neste dia, especial, em que se comemora e celebra-se o mistério da eucaristia, rogo ao nosso Senhor Bom Deus que receba ‘Papete’ e o conduza à vida eterna. Por aqui ficaremos saudosos e o reverenciando através da sua grande obra musical”
Welligton Reis, compositor
“Obrigado Papete por tudo que você fez por mim e pela cultura brasileira! Vai fazer muita falta pra cultura do Maranhão. Hoje é um dia muito triste”
Luís Júnior, violonista
“Hoje meu por do sol mais bonito será pra Papete Viana. Esse amigo tão querido que a música me deu. Cantamos juntos, tocamos juntos. Isso não tem preço. Meu amigo, descanse em paz. Um pouco do Maranhão se vai no som dos seus tambores”
Milla Camões, cantora
“Vá em paz meu amigo”
Alê Muniz, cantor e compositor
“Vai em paz, meu amigo. Você merece todas as devidas homenagens. Grande artista e Grande pessoa”
Alberto Trabulsi, cantor e compositor
“Sem palavras aqui… Mas preciso arrumar uma forma de falar… São 30 anos de trabalho, shows, turnês, discos, horas intermináveis de studio, estrada… Não tenho como falar da minha vida musical sem falar de Papete Viana… Antes de tudo obrigado pelas lições de musicalidade, sonoridade, sofisticação e muita simplicidade… Pelas lições de vida”
Edinho Bastos, guitarrista
Trajetória
Papete nasceu em Bacabal – a 240 km de distância da capital –, e é uma das principais referências do São João do Maranhão, com canções e composições que marcaram gerações, como ‘Bela Mocidade’, ‘Boi da Lua’ e ‘Coxinho’. Seu trabalho mais destacado é ‘Bandeira de Aço’.
Papete foi reconhecido um dos melhores percussionistas do mundo, nos anos de 1982, 1984 e 1987, quando participou do ‘Festival de Jazz de Montreux’, na Suíça.