De ‘presente aos 400 anos’ a ‘falência de projeto’, compare entrevistas do candidato democrata sobre o modal de transporte que nunca levou ninguém a lugar nenhum na capital maranhense
O deputado Neto Evangelista, candidato a prefeito de São Luís pelo Democratas, é daqueles políticos que não sustentam o que afirma. Em 2012, o candidato que concorria como vice na chapa do ex-prefeito João Castelo (PSDB), dizia que o VLT não era uma obra eleitoreira por ser uma realidade à época (assista à íntegra abaixo).
Na disputa eleitoral daquele ano, Evangelista foi transformado numa espécie de ‘garoto propaganda do projeto’. Naquele período, chegou a conceder entrevista à TV Guará onde respondeu a perguntas sobre o tema.
“O VLT já vinha sendo projetado pela prefeitura há 2 anos e é uma obra que já era necessária para São Luís. Chegou o momento, agora, de tocar a obra. Os trilhos estão sendo colocados, os dormentes postos, a população de São Luís viu o VLT chegar aqui. Esse é o grande presente de 400 anos de São Luís”, comentou.
Sobre as críticas à instalação do VLT, Evangelista falou com naturalidade. Reconheceu que a intenção dos adversários era diminuir o feito de Castelo. Mas que o trabalho continua, independente dos percalços.
“É natural que os adversários, nestas eleições, digam que é obra eleitoreira, digam que só vai até o mercado do peixe e que tem um posto de combustível ali atrapalhando a passagem dos trilhos. Mas quero tranquilizar a população de São Luís, porque primeiramente eu jamais iria entrar no processo com este se eu não acreditasse, se eu não olhasse o projeto executivo e tivesse a noção que realmente é viável em São Luís”, complementou.
O tempo passou e Neto Evangelista voltou a concorrer numa chapa majoritária em 2020, mas mudou de posição e agora disputa como candidato a prefeito. No entanto, não foi apenas a posição na chapa que mudou. O discurso sobre o VLT também é outro.
Durante a entrevista à TV Mirante, nesta quarta-feira (3), o candidato democrata desmentiu a si próprio ao lembrar que não fez parte da gestão de João Castelo, cuja vice, na ocasião, era a deputada estadual Helena Duailibe (assista à íntegra abaixo). No entanto, ele ignorou o que havia falado anteriormente sobre o modal de transporte anunciado com pompa por ele mesmo.
“É patético atribuir a mim a falência de um projeto que eu não tinha poder para executar”, afirmou Neto, lembrando que não fez parte da gestão de João Castelo, cuja vice, na ocasião, era a deputada estadual Helena Duailibe. “Eu fui candidato à vice-prefeito, mas não ganhamos a eleição”, disse.
Além de negar, o candidato que outrora defendia a implantação do VLT confirmou, nas entrelinhas, que a obra era mesmo eleitoreira. Prova disso que a retomada do projeto do VLT não consta de seu plano de governo, embora já tenha consumido mais de R$ 10 milhões dos cofres públicos.
Comparamos as entrevistas do candidato democrata sobre o modal de transporte que nunca levou ninguém a lugar nenhum na capital maranhense. O objetivo é fazer o eleitor avaliar em qual dos Neto deve confiar, se no de 2012 ou de 2020?
Compare as entrevistas:
Em 2012, Neto dizia que VLT era viável e foi um grande ‘presente’ aos 400 anos de São Luís
Neto mudou o discurso em 2020 e agora tenta se descolar do projeto fracassado do VLT que ele dizia ser viável
PERGUNTAS SEM RESPOSTAS
Diante disso, cabe se perguntar: se o projeto não tinha condições de ser implantadas o que motivou Neto Evangelista a mentir no horário eleitoral e nas sucessivas entrevistas que concedeu na época? As pessoas podem mesmo confiar nas promessas de um candidato que não sustenta o que fala de uma campanha para outra?
