Há oito anos, o blog do Isaías Rocha noticiava o improviso no Hospital Odorico Amaral de Matos – o Hospital da Criança, em São Luís, aonde a unidade chegou a transformar cadeiras em ‘leitos hospitalares’. Na época, o flagra ocorreu durante vistoria realizada pela Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde, Vigilância Sanitária Estadual e por uma comitiva da Câmara Municipal.
Na inspeção, o Hospital da Criança passava por uma obra de reforma e o promotor Herbert Figueiredo chegou a afirmar que, por conta das irregularidades encontradas, poderia entrar na Justiça com uma ação cautelar pedindo o fechamento total da unidade até a conclusão das obras.
90 dias era o prazo que a Secretaria Municipal de Saúde (Semus) deu para entregar o novo hospital, mas já se passaram dez anos [exatos 3.650 dias] e desde então o investimento não é entregue, seguindo sem previsão de término.
A ‘eterna reforma’ vem se arrastando desde setembro de 2013, quase dez meses depois da data de assinatura de um convênio de R$ 2,3 milhões assinado entre o governo federal e a prefeitura, ainda sob os últimos dias de gestão do ex-prefeito João Castelo, para bancar a obra – que somado aos mais de R$ 12 milhões do erário municipal chegam perto dos R$ 15 milhões. A empresa Gomes Sodré Engenharia Ltda., era a responsável pela reforma.
Levantamento feito no site oficial da Prefeitura de São Luís e no Portal da Transparência do governo federal confirma, porém, que se não houvesse demora na conclusão da reforma do hospital, que tinha como prazo de entrega o dia 12 de fevereiro de 2016, os transtornos aos pacientes, poderia ter sido evitado.
Com previsão de construção de espaços para a realização de exames especializados de ultrassom e tomografia computadorizada, 25 enfermarias, centro cirúrgico com quatro salas de grande porte, uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com 11 leitos, além de salas de espera com 91 lugares, a obra estourou os prazos de conclusão e consumiu todo o repasse federal, resultando em sua paralisação desde 2016.
No dia 08 de junho de 2022, o prefeito Eduardo Braide assinou nova Ordem de Serviço para a reforma e ampliação da unidade com investimento de R$ 10 milhões, com recursos municipais.
Segundo o secretário de Saúde, Joel Nunes, a primeira etapa da obra seria entregue até dezembro do ano passado para, em seguida, serem instalados todos os leitos e equipamentos necessários para o início dos atendimentos no novo espaço. A promessa, entretanto, não foi cumprida.
Em coletiva com a imprensa, no auditório do Palácio de La Ravardière, Braide prometeu “reduzir o tempo de espera”, mas nada mudou. Enquanto isso, a ‘eterna reforma’ vem sofrendo uma sequência de aditivos contratuais que elevaram custos do investimento em relação ao preço original.
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Essa obra deveria ter sido concluída desde o primeiro mandato de Edivaldo. Em 2016, com as eleições e o então prefeito tentando a reeleição estando com a popularidade em baixa, o governo estadual se comprometeu em concluir a obra, mas após o pleito e a vitória do aliado Edivaldo, o gov. Flávio Dino esqueceu-se da promessa. Resumindo, essa obra já custou milhões, qd chove há uma parte do prédio que inunda. Uma amiga neste hospital e ela sempre comenta das burradas feitas no local.