De O Estado
O ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra (PMDB-RS), anunciou ontem, em entrevista a O Estado – durante visita à ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), em São Luís – que o reajuste médio de 12,5% nos benefícios do Bolsa Família deve injetar mais de R$ 215 milhões ao ano na economia do Maranhão.
O estado é, proporcionalmente, o que mais tem beneficiários do programa. O novo valor do programa começou a ser pago na parcela deste mês.
“O reajuste foi muito significativo. O Bolsa Família hoje gasta no Maranhão, por ano, em torno de R$ 2 bilhões. Com o reajuste vêm mais R$ 250 milhões para cá. Então, R$ 250 milhões numa economia em crise faz diferença, porque isso entra direto no comércio, movimenta toda a economia do estado”, avaliou.
Na passagem pelo Maranhão, Terra também explicou por que o governo Michel Temer (PMDB) acabou aumentando o valor do reajuste do programa. Em maio, antes de ser afastada do cargo, a presidente Dilma Rousseff (PT) chegou a anunciar aumento de 9%.
“Estamos dando um reajuste de 12,5% ao Bolsa Família porque estava já há mais de dois anos sem reajuste, então essas famílias beneficiárias estavam já numa situação de dificuldades crescente porque o Bolsa Família é para complementar a renda de famílias que estão no limite da pobreza extrema. Se fica dois anos sem reajuste, a inflação come esse recurso, a carestia toma conta e as pessoas ficam cada vez comprando cada vez menos comida. Então não tinha sentido ficar mais tempo sem reajuste”, destacou.
Segundo o ministro, o aumento foi possível em virtude do estabelecimento de um novo teto para meta fiscal em 2016, que ficou em déficit de R$ 170,5 bilhões.
“O que nós fizemos foi, remanejando os recursos internamente, com a nova meta fiscal estabelecida pelo presidente Michel Temer, diante disso, nós conseguimos, com o aval do presidente, dar esse reajuste que é o maior que já foi dado para o Bolsa Família”, disse.
Ele também pontuou que o Ministério Desenvolvimento Social e Agrário iniciou, nesta semana, o que classificou de “operação pente fino” no Bolsa Família. O objetivo, acrescentou, é identificar atuais beneficiários que estão cadastrados no sistema, mas que efetivamente não necessitam do complemento à renda.
“Começou segunda-feira uma grande operação de pente fino. A gente aumentou muito a base de dados para poder cruzar informações, juntamos vários ministérios, então nós vamos fazer um pente fino para separar aquelas pessoas que não precisam do Bolsa Família das pessoas que precisam. Garantir para as pessoas que precisam”.